São Paulo, domingo, 22 de abril de 2007

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Procuradoria investiga juízes suspeitos de prejudicar a União

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos processos que envolvem vários dos suspeitos da Operação Têmis trata dos obstáculos criados para a apreensão de uma lancha modelo Phantom, avaliada em cerca de R$ 2 milhões, de propriedade de Rubens Maurício Bolorino, um ex-policial afastado dos quadros da Polícia Civil de São Paulo, em maio de 2004, acusado de improbidade. O caso foi revelado pela Folha em fevereiro de 2005.
As investigações anteriores e as interceptações telefônicas mais recentes, autorizadas pela Justiça, levantam a suspeição sobre decisões do desembargador Nery Júnior, dos juízes federais Manoel Álvares, Maria Cristina Barongeno Cukierkorn e Casem Mazloum (afastado do cargo na Operação Anaconda, em 2003).
O MPF também investiga a atuação do procurador da Fazenda Nacional Sérgio Ayala, do advogado Luís Roberto Pardo e do empresário Sidney Ribeiro para dificultar a apreensão do barco.
Há suspeitas de direcionamento na distribuição de processos no TRF-3. O MPF questiona decisões de Nery Júnior e de Cukierkorn que permitiram à cunhada de Bolorino, Zeide Kuperman, ser nomeada responsável pela posse e guarda da embarcação, ao invés da União. Pardo, Ribeiro e Ayala teriam atuado para impedir a sua entrega à Receita Federal.

Contrabando
As irregularidades na importação da lancha foram identificadas em março de 2002, quando a Receita Federal realizou a Operação São Paulo, para combater o contrabando comandado pela máfia chinesa.
Uma empresa apontada como importadora da embarcação, a Suply Ltda., com sede em São Paulo, não informara à Receita que adquirira a lancha.
Com autorização judicial, os auditores realizaram 23 operações de busca e apreensão em julho de 2002. Recolheram documentos e arquivos magnéticos. Foi descoberto um esquema de sonegação de tributos, envolvendo inúmeras empresas, e a apreensão de 83 contêineres de mercadorias.
O fisco decretou o "perdimento" da lancha. A Receita planejava usá-la na fiscalização da Zona Franca de Manaus.
A Folha não conseguiu localizar o juiz Casem Mazloum, Rubens Bolorino, Zeide Kuperman e Sidney Ribeiro. (FV)


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