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Lobby do bicho
aprovou projeto
de lei no Senado
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Contra parecer da Caixa
Econômica Federal -que argumenta que loterias estaduais dariam cobertura à exploração do bingo e de caça-níqueis-, o Senado aprovou
em menos de cinco meses
projeto de lei que autoriza
Estados a explorar loterias.
Mantendo o ritmo acelerado de tramitação, o projeto já
tinha relator indicado na Comissão de Finanças e Tributação quando o inquérito da
Operação Hurricane apontou indícios de que bicheiros
e bingueiros faziam lobby
pela proposta.
"Os "tios" [bicheiros e bingueiros] estão realizando
gestões para a aprovação do
projeto de lei 278. Aniz Abrahão David está mantendo
contatos com o [deputado e
primo] Simão Sessim (PP-RJ) e outros deputados com
a finalidade de legalizar a atividade de exploração do jogo", diz o inquérito.
"Esse projeto minimiza o
problema [dos bingos]", diz o
presidente da Febrabingo
(Federação Brasileira dos
Bingos), Carlos Eduardo
Canto. Aprovada a lei, avalia,
governadores poderiam liberar bingos por decreto.
O projeto foi o único resultado concreto da CPI dos
Bingos. Propostas para evitar a compra de sentenças e
tornar crime a exploração de
jogos de azar nem sequer tiveram relatores indicados. A
proposta de legalizar bingos,
endossada pela CPI, tampouco foi adiante.
"Eles [defensores das loterias] têm lobby muito forte,
se mobilizaram e deram provas de agilidade", disse o senador Garibaldi Alves
(PMDB-RN), relator da CPI.
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