São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 2008

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Ação ganha novos interessados após cessões de crédito

DO ENVIADO A CUJUBIM (RO)

Nos últimos anos, o processo milionário de indenização da Seringais Serra e Repartimento, em Cujubim, ganhou um grupo de interessados que nada tem a ver com a ação original. Eles são donos das chamadas cessões de crédito.
Wilson Telles, considerado um especulador pelo governo e identificado no processo ora como pecuarista ora como comerciante, diz que isso é resultado dos "seríssimos" problemas financeiros enfrentados por ele desde que acionou a União na Justiça, em 1988.
"[Enfrentei] problemas financeiros seríssimos, ao ponto de não ter [dinheiro] para comprar leite", afirma Telles, que completa: "Consegui [vender os direitos] à custa de muita desvalorização. As cessões foram muito menos que o valor real. Todos levaram vantagem".
Em princípio, o mecanismo da cessão de crédito é uma certeza de desvalorização ao cedente e um negócio de risco ao comprador, a quem cabe aguardar o fim do processo para receber o dinheiro e torcer contra reviravoltas jurídicas que bloqueiem o pagamento.
Em abril de 2005, por exemplo, Telles cedeu à Maiscor Tintas o direito a R$ 6 milhões. Em troca, recebeu R$ 688 mil. A Maiscor também conseguiu facilidades no pagamento: R$ 12 mil à vista, um carro de R$ 40 mil e o restante em 53 parcelas.
"Tive a chance de fazer um bom negócio para mim como também de ajudar o seu Wilson", disse o dono da Maiscor, que não quis ser identificado. Outros beneficiados não comentaram o caso.


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