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Indenização prevê exploração de madeira, mas pastagem é predominante na área
DO ENVIADO A CUJUBIM (RO)
Uma fatia de 59% da indenização será paga sobre o potencial de exploração madeireira
de uma área que hoje está quase que toda resumida à pastagem. Algumas poucas castanheiras sobrevivem em meio aos tocos do pós-motosserra.
Esse potencial a ser explorado é tratado como "cobertura
florestal" no processo. Do valor
de R$ 371,5 milhões a serem pagos pela União, R$ 219,4 milhões fazem parte desse item.
"O valor da cobertura florestal é a metade do originalmente
proposto na ação. A Justiça determinou que a quantia fosse
cortada ao meio, por isso o Incra não tem do que reclamar",
diz Antônio Vilas Boas Teixeira
de Carvalho, um dos advogados
de Wilson e Carmela Telles.
A Folha esteve na Seringais
Serra e Repartimento. No trajeto, caminhões lotados de madeira transitavam num cenário
ainda predominante de mata.
A paisagem contrasta com o
encontrado na área de R$ 371
milhões, que, segundo o Incra,
deveria estar intacta. No local,
árvores de grande porte deram
lugar a um pasto a se perder de
vista. "Tenho gado de leite e de
corte por aqui. Também planto
feijão, mandioca e arroz", afirma Cristiano Almeida, 30, que
identificou-se como dono da
área. Ele diz que sua família
atua no local desde os anos 90.
Almeida afirma que já ouviu
falar de Wilson Telles e da Seringais Serra e Repartimento,
mas desconversa ao ser questionado sobre a sua presença
numa terra federal. "Sobre isso
você tem que falar com o meu
irmão, que é advogado."
Técnico do Incra de Rondônia desde 1978, Edson Ludegero se disse "impressionado"
com o que viu na área. "Pensei
que fosse encontrá-la coberta
de floresta." Para que pudesse
indicar o local exato da área,
Ludegero viajou ao local a convite da Folha.
(ES)
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