São Paulo, quarta, 22 de abril de 1998

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PAINEL

Reviravolta na política
O impacto das mortes de Luís Eduardo e de Sérgio Motta significa o fim da articulação política de FHC. Serjão era o melhor amigo e o trator na política e no governo. Luís Eduardo, o único interlocutor pefelista no qual o presidente confiava.

Negociação dura
Paulo Renato (Educação) diz não abrir mão de reajuste diferenciado para o salário dos professores das universidades federais em greve: "Aumento linear nem morto. Seria premiar a ineficiência. Para eles ganharem o aumento e se aposentarem?"

Confusão garantida
Pefelistas baianos dizem que Paulo Souto, ex-governador da Bahia e candidato ao Senado, é o melhor nome do partido se for criado o Ministério da Infra-Estrutura num eventual 2º mandato de FHC. O PMDB de Eliseu Padilha também cobiça a vaga.

Limitação prática
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que terá de administrar cinco eleições no dia 4 de outubro, não quer nem ouvir falar de plebiscito sobre revisão constitucional nessa data. No limite, admitiria fazer a consulta no segundo turno, 21 dias depois.

Pacote indigesto
Segundo as simulações feitas pelo TSE, se além de presidente, senador, governador, deputado federal e deputado estadual o eleitor tiver de votar também no plebiscito, a eleição não termina antes das 23h. O tribunal advertiu o Congresso de que não dá.

Becas rebeladas
A revisão constitucional restrita em 99 entrou na alça de mira da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Em reunião encerrada ontem em Brasília, o Conselho Federal da entidade declarou que o projeto é "um verdadeiro golpe contra a Constituição".

Bruxa solta
No domingo passado, o presidente do PFL paranaense e presidente da Federação das Indústrias do Paraná, José Carlos Gomes Carvalho, sofreu um infarto em Madri. Membro da comitiva de FHC, que visita a Espanha, ele estava no hospital até ontem.

Privatização paulista
A Empresa Bandeirante de Energia (ex-Eletropaulo do interior e da Baixada Santista) e a Elektro (toda a distribuição da Cesp) devem ser vendidas em leilões separados -uma em maio e outra em junho ou julho.

Fica o registro
A mais de um pepebista, Maluf manifestou ser Serjão seu maior temor na eleição paulista.

Menor poder de fogo
Pepebistas avaliam que, com a morte de Serjão, Maluf vai ter uma campanha menos aguerrida ao governo paulista. Dizem que, apesar de Covas também ser bom de briga, seus ataques não teriam o mesmo peso pelo fato de ele ser o candidato.

Esquerda desafinada
O PDT e o PPB estão conversando no Maranhão. O partido de Brizola pode apoiar Epitácio Cafeteira contra Roseana Sarney (PFL). O PT, que lançará Domingos Dutra ao governo, não está gostando da negociação.

Dança dos números
Pesquisa do PFL paulista mostra que ex-governador Fleury (PTB) surge em 2º lugar na corrida pelo Senado com 18% das intenções de voto. Suplicy (PT) teria 28%. E Cabrera (PFL), 10%.

Puxador de votos
Segundo pesquisa do PFL, Maluf é o político paulista que mais transfere votos para candidatos ao Senado e à Câmara. Isso explica o desejo dos candidatos pefelistas de fechar coligação.

A conferir
Marta Suplicy (PT) sonha com um comando de campanha enxuto. No máximo, cinco pessoas, uma delas, seu marido, Eduardo Suplicy. Para tentar evitar a guerra interna, que já afundou outras candidaturas.

Potencial inexplorado
A Embratur, o Itamaraty e a Câmara de Comércio Brasil-Austrália patrocinam visita de empresários brasileiros a Sidney, Camberra e Melbourne nos dias 2, 3 e 4 de junho. "É a primeira missão em anos", diz Alfredo Spínola, da Câmara.

TIROTEIO

Do deputado estadual Campos Machado, líder do PTB na Assembléia paulista, sobre o deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP) ter dito que os R$ 3 mi que Maluf daria à sigla em troca de apoio seriam divididos entre todos os candidatos do partido:
- Está confirmando o apelido de Nelson Trapalhada. Quanto mais fala, mais se enrola.

CONTRAPONTO

Barriga cheia
Numa reunião recente do PTB, o deputado Philemon Rodrigues (MG) dedicava-se ao seu esporte predileto, que é reclamar do governo federal, quando resolveu criticar também a ida de Paulo Paiva do Ministério do Trabalho para o do Planejamento.
Segundo Philemon, ao perder a Agricultura para o PPB, o PTB ficou sem representante no governo. Segundo seu argumento, Paiva, embora filiado, não entrava no cota do partido.
- Ele, na realidade, é da cota pessoal do PHG, o Partido do Hélio Garcia (ex-governador de Minas), não é do PTB - esbravejou Philemon.
Nisso, alguém gritou:
- Ô, Philemon, não seja ingrato!
Philemon parou, surpreso, enquanto a voz vinda do fundo da sala completou, provocando gargalhadas nos presentes:
- De todos nós aqui, você foi o único a indicar um delegado do Trabalho quando o Paulo era ministro.



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