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Cúpula com a
UE é discutida
do enviado especial
Quarenta e oito horas depois de
participar da 2ª Cúpula das Américas, em Santiago, o presidente
Fernando Henrique Cardoso iniciou, em Madri, as negociações
sobre outra cúpula, esta entre a
UE (União Européia) e os países
da América Latina.
FHC será o anfitrião dessa nova
cúpula, prevista para o ano que
vem, no Rio de Janeiro. Um encontro ainda mais complicado que
o das Américas, pelo número de
países envolvidos: são 33 dos 34
que estiveram em Santiago (excluídos apenas os Estados Unidos)
e 15 da Europa, totalizando 48.
Além disso, o encontro terá o
que a diplomacia adora chamar de
"geometria variável", ou seja, várias cúpulas paralelas. Uma delas,
a principal, entre a União Européia e o Mercosul, para discutir a
zona de livre comércio que as partes planejam para o ano de 2005.
Há uma velada disputa entre
EUA e UE em torno do Mercosul,
pois a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), da qual os EUA
são os inspiradores, também está
programada para 2005.
Por isso, o primeiro-ministro espanhol, José Maria Aznar, e o rei
Juan Carlos trataram do tema com
FHC durante a visita de cortesia ao
presidente brasileiro.
A proposta original da cúpula
UE/América Latina é espanhola,
mas há o temor de que a agenda
fique solta demais, em função do
grande número de envolvidos.
Conversa puxa conversa, cúpula
puxa cúpula, e Aznar quis saber
sobre o tema de Santiago.
FHC explicou que a integração
comercial, que deveria ser o eixo
da reunião de países americanos,
terminou diluída em Santiago.
Primeiro, porque os EUA não dispõem do mecanismo chamado
"fast track" (via rápida), pelo qual
o Executivo fica autorizado a negociar acordos comerciais que,
depois, o Congresso apenas ratifica, sem poder emendá-los.
O rei Juan Carlos disse ao presidente que a conversa servia também para que ele treinasse o seu
português, aprendido nos anos
em que o pai, o conde de Barcelona, viveu exilado em Portugal.
(CR)
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