São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 2000


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PAINEL

Punhos de ferro
A chamada Operação Condor, por meio da qual militares do Cone Sul trocavam prisioneiros políticos nos anos de repressão, teve um núcleo ativo no Itamaraty. O grupo reunia-se em torno do denominado Cedoc (Centro de Documentação). Mas o apelido do órgão era Dedoc (Centro dos Dedo-duros).

Solidariedade mineira
José Serra (Saúde) recebeu um telegrama inusitado do governador Itamar Franco (MG), adversário primeiro de FHC, solidarizando-se contra a "agressão estúpida" de que foi vítima no sábado. O mineiro referia-se à ovada que o ministro levou de um estudante em Sorocaba.

Garoto-propaganda
O presidente Fernando Henrique Cardoso vai gravar uma mensagem em vídeo sobre os males do fumo para ser exibida durante a reunião internacional contra o tabagismo, que se realiza quarta-feira, em São Paulo.

Cacife alto
É bem mais forte no Planalto do que supõe o PFL o projeto de eleger um tucano presidente da Câmara. Controlando uma das Casas, o PSDB avalia que senta mais forte à mesa em que vai ser negociada a sucessão de 2002.

Cálculo otimista
Se for conveniente para FHC eleger um tucano na Câmara, o PSDB não hesitará em fazer acordo com o PMDB. Avalia-se no Planalto que Jader Barbalho pode até não vir a ser tão positivo para o Senado como tem sido ACM, mas certamente causará menos problemas ao governo que o senador baiano.

Questão política
Ligado a Tasso Jereissati (CE), o senador Lúcio Alcântara alegou que votou contra o projeto que vincula recursos para a saúde por ser contra todo tipo de vinculação de recursos. É o mesmo argumento de José Jorge (PFL). Mas ambos votaram o fundo da pobreza de ACM, que é um primor nessa matéria.
A vez do mangue
Mais um ataque ao meio ambiente em curso no Congresso: após o projeto motosserra, que diminuiria a reserva legal da Amazônia para 50%, articula-se a aprovação no Senado de uma proposta que autoriza a supressão de 10% da cobertura vegetal da área de mangue no Brasil.
Reação verde
O projeto que libera a destruição de 10% do mangue do país deve ser votado na quarta-feira pela Comissão de Assuntos Sociais. Entidades ambientalistas já articulam os protestos.
Pingue-pongue tributário
Jorge Bornhausen (SC) vai à tribuna amanhã para falar sobre as reformas política e tributária. Sobre a segunda, o presidente do PFL acredita que se não houver envolvimento do Senado, o projeto cairá num jogo infinito de empurra-empurra entre as Casas legislativas. É um recado para Michel Temer (PMDB-SP), o presidente da Câmara.
Pensando em 2002
O deputado Marcelo Déda (PT) decidiu ser candidato a prefeito de Aracaju (SE). A estratégia, definida por Lula, é apostar nas capitais pensando em 2002. A cúpula petista insiste em convencer a senadora Heloisa Helena (AL) a candidatar-se em Maceió. Em vão, por ora.
Nó da corrupção
O Instituto Ethos, presidido por Oded Grajew, lança na quarta, na FGV, um movimento sobre a responsabilidade da empresa privada no processo eleitoral. A entidade, que reúne 270 empresas, quer discutir a fundo o financiamento de campanha.
Eles usam black-tie
Os empresários mineiros fazem passeata na próxima quarta. Tudo negociado com o Planalto. As palavras de ordem, por exemplo, serão as reformas tributária e trabalhista. Nada de juros escorchantes, que é o que de fato incomoda os manifestantes. É para que Itamar não capitalize politicamente o protesto.


TIROTEIO

De Delfim Netto (PPB-SP), sobre a porcentagem recolhida pelo MST da verba oficial destinada à reforma agrária:
- O governo comprou o silêncio do MST durante um bom tempo. O Incra deveria ser investigado pelo Ministério Público como corruptor ativo.


CONTRAPONTO
O poder e os cabelos brancos

Durante muitos anos, o senador gaúcho Pedro Simon, pré-candidato do PMDB a presidente, pintou os cabelos.
No início deste ano, largou a tintura. Seus gestos largos ao criticar o governo na tribuna do Senado continuaram os mesmos, mas os cabelos, não.
Semana passada, Simon foi a um jantar na casa do ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional), ao qual compareceu também o presidente Fernando Henrique Cardoso.
Mostrando seus cabelos totalmente brancos, Simon virou-se para FHC e provocou:
- O seu cabelo não branqueou tanto porque o poder é afrodisíaco!
FHC respondeu prontamente:
- Afrodisíaco é o poder que você tem: pode bater em mim à vontade e não tem as responsabilidades que eu tenho. O meu cabelo é que deveria branquear muito mais!


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