São Paulo, terça-feira, 22 de maio de 2001

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PAINEL

Último suspiro
Desesperado, ACM (PFL) faz uma última ofensiva para tentar barrar a abertura do processo de cassação, amanhã, no Conselho de Ética. Em tom de ameaça, espalha que os três senadores baianos vão assinar o pedido de CPI, se for obrigado a renunciar.

Franco-atirador
Os carlistas dizem, a mando do pefelista, que ACM não tem mais nada a perder. "Se ele tiver de renunciar, vai sair atirando", ameaçam. O PFL de Jorge Bornhausen e Marco Maciel duvida de que assinem a CPI. "ACM sabe que estará comprando uma briga com o partido", responde.

Coisas distintas
Aloysio Nunes Ferreira (Secretaria Geral) nega a possibilidade de a reabertura do caso Marka ser usada para salvar o mandato de ACM: "Não vamos misturar os dois assuntos. Nem se quisesse, o governo poderia trabalhar a favor ou contra a cassação".

Forno desligado
Membros do Conselho de Ética, os tucanos Osmar Dias e Lúcio Alcântara avisaram José Aníbal, presidente do PSDB, que vão votar de acordo com o relatório de Saturnino Braga (PSB). Ou seja: pela abertura do processo de cassação de ACM.

Não me deixem só
Também ameaçado de cassação, José Roberto Arruda disse ontem a interlocutores que convém ao governo não esquecer que ele presidiu uma parte importante da CPI dos Bancos.

Orquestra desafinada
Causou surpresa no Congresso o silêncio do PFL após FHC responsabilizar o partido pela crise elétrica. "O problema é que o único que faz barulho no PFL está com o trombone entupido", ironiza um pefelista.

Barco apertado
O senador Freitas Neto deve trocar o PFL pelo PSDB, em busca de legenda para disputar a eleição para o governo do Piauí em 2002. No PFL, há dois pré-candidatos com mais força: o senador Hugo Napoleão e o deputado Heráclito Fortes.

Um dia após o outro
Do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), sobre o processo de cassação de ACM (PFL): "É uma prova da volatilidade do poder. Na política, o Deus de hoje pode ser o Diabo de amanhã".

A gaveta de sempre
A subprocuradora-geral da República Delza Curvello foi absolvida pelo Ministério Público Federal da acusação de facilitar a liberação de verbas para o TRT de São Paulo. Detalhe: o voto decisivo foi dado pelo procurador-geral, Geraldo Brindeiro.

Por pouco
Delza Curvello é acusada de ter autorizado a liberação de R$ 12,9 milhões ao TRT, mesmo sabendo das irregularidades da obra que envolveram o juiz Nicolau dos Santos Neto. A decisão de absolvê-la foi tomada pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal por 5 a 4.

Haja estômago
César Maia (RJ) vai ter de se desdobrar amanhã em Brasília para não ser indelicado com o PTB, ao qual é filiado, nem com o PFL, que tenta atraí-lo. Os dois partidos promovem jantares na cidade e contam com a presença do prefeito do Rio. Ciro Gomes (PPS) estará no do PTB.

Cadeira vazia
Juízes do trabalho pressionam associações de classe a não participar do jantar promovido para a despedida de Carlos Velloso da presidência do Supremo Tribunal Federal. Dizem que o ministro não se empenhou devidamente pela definição do teto salarial do serviço público.

Ordens médicas
Célio de Castro (sem partido) combinou de se encontrar com Lula (PT) assim que se recuperar de uma pneumonia. O prefeito de Belo Horizonte tem despachado em casa, após ficar 14 dias internado em um hospital.

TIROTEIO

Do marqueteiro Duda Mendonça, respondendo a José Aníbal, presidente do PSDB, que o chamou de rato por associar governistas ao animal em propaganda elaborada para o PT:
- Uns aparecem graças ao talento. Outros graças à grosseria, como esse Zé... qual é o nome dele?! Sua agressão é o recibo de um comercial de 30 segundos pertinente e ousado.

CONTRAPONTO

Pior impossível

Quando assumiu seu mandato no Senado, em 99, Geraldo Mello (PSDB-RN) costumava brincar com colegas, dizendo ser o pior tipo de pessoa:
- Sou político e usineiro. Ninguém pode ser pior.
Todos os interlocutores davam risada e espalhavam a história. Mello dizia que a reação era unânime porque todos concordavam com o diagnóstico.
Há duas semanas, Mello teve uma reunião com o ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga (PSDB-MG).
Foram discutir a indicação de Mello para alguma liderança no Senado: a do PSDB ou a do governo. No meio da conversa, o senador tucano contou a mesma história ao ministro.
Dando risada, Pimenta deu um final diferente à história:
- Depois da violação do painel eletrônico, pior do que ser político e usineiro é ser senador. Você está no fundo do poço!



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