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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Cresce apoio de partidos ao nome de Pedro Simon (RS)
PMDB transfere a Serra e a FHC decisão sobre vice
KENNEDY ALENCAR
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PMDB resolveu delegar a José
Serra e ao presidente Fernando
Henrique Cardoso a decisão de
escolher o vice do pré-candidato
do PSDB ao Planalto: se a deputada federal Rita Camata (ES) ou o
senador Pedro Simon (RS).
A tendência, ontem à noite, era
que Simon fosse o escolhido. Os
tucanos avaliam que Rita traria
mais votos, mas pode representar
o risco de um novo desgaste, por
causa de eventuais denúncias
contra seu marido, o senador
Gerson Camata (PMDB-ES).
Ao chegar a Brasília, Serra disse
que qualquer um dos dois nomes
"está ótimo". O tucano dizia a interlocutores que não saberia dizer
quem será o escolhido, mas esperava que o PMDB anunciasse sua
decisão até o meio-dia de hoje.
Depois ter sido pressionado a engolir um vice que não queria, Serra não deseja assumir sozinho a
responsabilidade pela indicação.
A cúpula peemedebista avalia
que o mais importante é agradar a
Serra na hora em que ele enfrenta
dificuldades devido ao empate
técnico com Anthony Garotinho
(PSB-RJ) no segundo lugar das
pesquisas e por causa das acusações contra Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-arrecadador de fundos
eleitorais do tucano.
O temor de que surja alguma
denúncia contra o marido da deputada, o senador Gerson Camata
(PMDB-ES), era comentado ontem no comando da campanha
tucana. "Ele está sob ataque especulativo", dizia ontem um dirigente da campanha. Na visão do
PSDB e do PMDB, Simon é menos vulnerável a questionamentos éticos, o que pode ser decisivo.
Para consumo externo, a cúpula
assumirá a indicação, mas os caciques acertaram que farão o jogo
de Serra. Essa fórmula tem a vantagem de dividir com o PSDB a
responsabilidade por eventual
problema futuro.
Marketing
A Folha apurou que o marqueteiro de Serra, Nizan Guanaes,
também deixou a escolha a cargo
do tucano. Em pesquisas, Nizan
aferiu o efeito positivo no eleitorado feminino de uma vice mulher, mas, ciente do maior peso
político de Simon na cabeça do
tucano, apontou vantagens do
gaúcho (imagem de honestidade
e peso político).
Ou seja, se Serra se prender à
necessidade imediata de intenção
de voto, Rita será a escolhida. Se
optar por maior densidade política e blindagem ética, Simon leva.
Serra foi se reunir com FHC no
Palácio da Alvorada ontem à noite. FHC, que chegou da Europa,
seria ouvido porque se credita a
ele resistência a Simon.
Articulações
O presidente do PMDB, Michel
Temer (SP), e o líder do partido
na Câmara, Geddel Vieira Lima
(BA), se reuniram ontem com Simon e Rita, que integravam até
recentemente a ala oposicionista.
Simon e Rita ouviram de Geddel cobranças duras em relação a
críticas antigas. Geddel pediu que
os dois parassem de dizer que não
pleiteavam a vice e perguntou
qual seria a resposta a um convite
oficial. Ambos disseram sim e saíram elogiando a direção.
Nas instâncias do PMDB, o senador gaúcho teve mais apoio,
mas a cúpula julga que, do ponto
de vista de benefício político futuro, tanto faz um como o outro.
"Qualquer um dos dois que vier a
ser escolhido pelo partido será
um bom vice", diz Temer.
Perdida a chance de fazer um vice seu -o deputado federal Henrique Eduardo Alves (RN) se inviabilizou devido à acusação sobre suposta fortuna no exterior
não-declarada ao Fisco.
A direção crê ter obtido de Simon e Rita o que queria: compromisso de apoio à aliança na convenção de 15 de junho -o grupo
já contabiliza 60% dos votos.
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