São Paulo, domingo, 22 de maio de 2005

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OUTRO LADO

Deputados pedem regras claras

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os deputados federais ouvidos pela reportagem afirmaram que defendem uma proposta que estabeleça regras para a contratação de parentes e argumentam que o caso deles se dá porque hoje não existe uma restrição legal para a prática.
Jackson Barreto (PTB-SE) afirmou querer tratar o assunto às claras e avisou antes do questionamento que possuía parentes contratados.
"Não sou santo, quero tratar as coisas às claras. Acho que os projetos são oportunos, corretos, tenho consciência de que não estamos exercendo o mandato a serviço da família, mas da sociedade como um todo", disse Barreto.
O deputado argumenta que a proibição contribuirá para melhorar a imagem dos parlamentares e servirá de argumento ao deputado para evitar a pressão de familiares que estejam em busca de emprego.
Carlos Mota (PL-MG), que influenciou na contratação de uma irmã e um irmão, ressaltou que a medida mais correta, além da proibição do nepotismo, seria restringir os cargos cuja ocupação não exigem concurso público.
"Temos que retroceder e ver por que proliferaram esses cargos no Poder Legislativo, sendo que antes eram só ocupados por servidores de carreira", afirmou Mota.
Ele declarou ainda que defenderá o fim do nepotismo mesmo que isso custe o emprego de parentes.
Wilson Santiago (PMDB-PB) negou que tenha tentado escamotear a contratação da mulher, empregada no gabinete de um correligionário, afirmando que tanto ela como a mãe do colega, que trabalhou em seu gabinete, são concursadas em Alagoas e foram requisitadas para Brasília por eles para os respectivos cargos de confiança.
"Defendo que sejam dados critérios para isso aí, mas também não podemos penalizar parentes", afirmou o deputado.
Manato (PDT-ES) afirma ser totalmente contra o nepotismo, diz reconhecer que errou no caso da mulher e acrescenta ser o único deputado a ter assinado um termo com a ONG Transparência Brasil condenando a prática.
"Sou contra o nepotismo, não apenas horizontal, como vertical e cruzado. Defendo a vedação total", afirmou Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), outro integrante da comissão. O relator indicado, Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), disse que ainda pretende discutir melhor a questão, mas também se declarou contrário ao nepotismo.
A Folha não conseguiu falar com os deputados federais Zenaldo Coutinho (PSDB-PA), Cezar Silvestri (PPS-PR), Wagner Lago (PP-MA) e Benjamin Maranhão (PMDB-PB).


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