São Paulo, terça-feira, 22 de maio de 2007

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Presos pela PF negam ligação com empresa acusada de fraude

ANDREZA MATAIS
VINICIUS ABBATE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Acusados de participação no esquema de fraudes em licitações de obras públicas, presos pela Operação Navalha, da Polícia Federal, depuseram ontem no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e negaram ter ligações com a empresa Gautama.
Conduzidos pela ministra Eliana Calmon, onze depoimentos tinham sido realizados até as 22h30. Tiveram duração de uma hora e meia, em média.
A ministra concedeu liberdade a sete acusados que estavam presos e depuseram ontem: João Alves Neto (filho do ex-governador do Maranhão), Geraldo Magela (ex-assessor do governo do Maranhão), Jair Pessine (ex-secretário de Sinop), Nilson Leitão (prefeito de Sinop), Ernani Soares Gomes Filho, servidor do Ministério do Planejamento, Flávio José Pin, superintendente da Caixa Econômica Federal, e Zaqueu de Oliveira Filho, servidor de Camaçari. Outros quatro depuseram, mas já haviam sido soltos. São eles: José Reinaldo Tavares, Flávio Conceição, José Ivan Paixão e Ney Barros Bello.
O ex-governador do Estado do Maranhão, José Reinaldo Tavares, afirmou que "não houve configuração de benefício à Gautama" durante seu governo. O ex-governador disse que a Gautama foi desclassificada da licitação para a construção de quatro pontes, em 2003. Disse que as obras foram feitas pela empreiteira Sucesso.
Tavares negou que o carro Citröen C5, de sua propriedade, avaliado em R$ 110 mil, fosse um presente, resultado de acordos de licitação no Estado. "Expliquei à ministra que comprei o carro em 2005, com recursos próprios, em uma agência em Brasília. E que o carro consta da minha declaração de Imposto de Renda de 2006."
O ex-governador atribuiu sua prisão à disputa política com "um grupo político que ficou durante 40 anos no poder", em referência à família Sarney.
Flávio Conceição, ex-chefe da Casa Civil do governo João Alves (DEM-SE) e conselheiro do TCE (Tribunal de Contas da Estado), disse que na época em que estava no governo a Gautama tinha apenas um contrato para a duplicação de uma adutora. Segundo ele, a obra foi auditada pelo TCE, que não apontou irregularidades.
O ex-deputado Ivan Paixão (SE), licenciado do PPS, negou que tenha recebido R$ 50 mil da Gautama. Ele afirmou que não era mais deputado em setembro de 2006, quando a PF o acusa de ter recebido propina em troca de facilitar a liberação de recursos para uma obra de interesse da empresa no Estado. Ele era suplente e deixou o mandato em janeiro de 2006.
Segundo advogados, Pessine e Leitão negaram envolvimento com o dono da Gautama.


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