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Presos pela PF negam ligação com empresa acusada de fraude
ANDREZA MATAIS
VINICIUS ABBATE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Acusados de participação no
esquema de fraudes em licitações de obras públicas, presos
pela Operação Navalha, da Polícia Federal, depuseram ontem no STJ (Superior Tribunal
de Justiça) e negaram ter ligações com a empresa Gautama.
Conduzidos pela ministra
Eliana Calmon, onze depoimentos tinham sido realizados
até as 22h30. Tiveram duração
de uma hora e meia, em média.
A ministra concedeu liberdade a sete acusados que estavam
presos e depuseram ontem:
João Alves Neto (filho do ex-governador do Maranhão), Geraldo Magela (ex-assessor do
governo do Maranhão), Jair
Pessine (ex-secretário de Sinop), Nilson Leitão (prefeito de
Sinop), Ernani Soares Gomes
Filho, servidor do Ministério
do Planejamento, Flávio José
Pin, superintendente da Caixa
Econômica Federal, e Zaqueu
de Oliveira Filho, servidor de
Camaçari. Outros quatro depuseram, mas já haviam sido soltos. São eles: José Reinaldo Tavares, Flávio Conceição, José
Ivan Paixão e Ney Barros Bello.
O ex-governador do Estado
do Maranhão, José Reinaldo
Tavares, afirmou que "não houve configuração de benefício à
Gautama" durante seu governo. O ex-governador disse que a
Gautama foi desclassificada da
licitação para a construção de
quatro pontes, em 2003. Disse
que as obras foram feitas pela
empreiteira Sucesso.
Tavares negou que o carro
Citröen C5, de sua propriedade, avaliado em R$ 110 mil, fosse um presente, resultado de
acordos de licitação no Estado.
"Expliquei à ministra que comprei o carro em 2005, com recursos próprios, em uma agência em Brasília. E que o carro
consta da minha declaração de
Imposto de Renda de 2006."
O ex-governador atribuiu sua
prisão à disputa política com
"um grupo político que ficou
durante 40 anos no poder", em
referência à família Sarney.
Flávio Conceição, ex-chefe
da Casa Civil do governo João
Alves (DEM-SE) e conselheiro
do TCE (Tribunal de Contas da
Estado), disse que na época em
que estava no governo a Gautama tinha apenas um contrato
para a duplicação de uma adutora. Segundo ele, a obra foi auditada pelo TCE, que não apontou irregularidades.
O ex-deputado Ivan Paixão
(SE), licenciado do PPS, negou
que tenha recebido R$ 50 mil
da Gautama. Ele afirmou que
não era mais deputado em setembro de 2006, quando a PF o
acusa de ter recebido propina
em troca de facilitar a liberação
de recursos para uma obra de
interesse da empresa no Estado. Ele era suplente e deixou o
mandato em janeiro de 2006.
Segundo advogados, Pessine
e Leitão negaram envolvimento com o dono da Gautama.
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