São Paulo, terça-feira, 22 de maio de 2007

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Oposição deve começar hoje a pedir assinaturas para criar CPI

SILVIO NAVARRO
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar de ter alguns políticos arrolados pela Operação Navalha da Polícia Federal, a oposição na Câmara anunciou que começará hoje a recolher assinaturas para a abertura de uma CPI para investigar o caso.
Ontem, ao menos dois partidos, PPS e PSOL, anunciaram que já trabalhavam na redação do requerimento. O PSDB e o DEM disseram apoiar, embora o clima de tensão nas bancadas, temerosas de que as investigações migrem para o Congresso, seja generalizado.
O sucesso da empreitada é incerto porque, reservadamente, oposicionistas avaliam que as investigações podem respingar em vários partidos.
Para ser criada, a CPI necessita do aval de um terço da Câmara dos Deputados -171 assinaturas. Outra alternativa é que ela seja mista, ou seja, com a participação de deputados e senadores. Nesse caso, também são necessárias as assinaturas de 27 senadores.
A estratégia da oposição é que a comissão investigue licitações de obras públicas. A comissão também rastrearia a liberação de emendas individuais e de bancada.
"A CPI é inevitável. Pode demorar um dia ou uma semana, mas esse tipo de coisa não se segura", disse o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR).
"Se os partidos querem deixar a imagem limpa perante a opinião pública, está na hora de começar a cortar na própria carne", disse o deputado Augusto Carvalho (PPS-DF).
Líderes do PSDB e do PFL afirmaram que o caso será debatido hoje em reuniões com a bancada."Se as coisas levarem a uma clara identificação com o Legislativo, não há dúvida que terá de se fazer uma CPI", disse o líder do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP).
Alguns líderes da base governista admitem que, apesar do discurso ainda reticente, a criação da CPI será inevitável caso a temperatura no Congresso continue alta e as denúncias atinjam mais parlamentares.
Ontem, a orientação da liderança do governo era para que os deputados evitassem a CPI.


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