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Oposição deve começar hoje a pedir assinaturas para criar CPI
SILVIO NAVARRO
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de ter alguns políticos
arrolados pela Operação Navalha da Polícia Federal, a oposição na Câmara anunciou que
começará hoje a recolher assinaturas para a abertura de uma
CPI para investigar o caso.
Ontem, ao menos dois partidos, PPS e PSOL, anunciaram
que já trabalhavam na redação
do requerimento. O PSDB e o
DEM disseram apoiar, embora
o clima de tensão nas bancadas,
temerosas de que as investigações migrem para o Congresso,
seja generalizado.
O sucesso da empreitada é
incerto porque, reservadamente, oposicionistas avaliam que
as investigações podem respingar em vários partidos.
Para ser criada, a CPI necessita do aval de um terço da Câmara dos Deputados -171 assinaturas. Outra alternativa é
que ela seja mista, ou seja, com
a participação de deputados e
senadores. Nesse caso, também
são necessárias as assinaturas
de 27 senadores.
A estratégia da oposição é
que a comissão investigue licitações de obras públicas. A comissão também rastrearia a liberação de emendas individuais e de bancada.
"A CPI é inevitável. Pode demorar um dia ou uma semana,
mas esse tipo de coisa não se segura", disse o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR).
"Se os partidos querem deixar a imagem limpa perante a
opinião pública, está na hora de
começar a cortar na própria
carne", disse o deputado Augusto Carvalho (PPS-DF).
Líderes do PSDB e do PFL
afirmaram que o caso será debatido hoje em reuniões com a
bancada."Se as coisas levarem a
uma clara identificação com o
Legislativo, não há dúvida que
terá de se fazer uma CPI", disse
o líder do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP).
Alguns líderes da base governista admitem que, apesar do
discurso ainda reticente, a criação da CPI será inevitável caso
a temperatura no Congresso
continue alta e as denúncias
atinjam mais parlamentares.
Ontem, a orientação da liderança do governo era para que
os deputados evitassem a CPI.
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