São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 2000


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PAINEL



Apagão federal
Com a cabeça posta a prêmio pelo ex-banqueiro privado Francisco Gros (hoje no BNDES), Luiz Carlos Santos (Furnas) espera uma guerra campal na semana que vem. Pano de fundo: os bilhões da venda da estatal de energia.

Foice no escuro
Por enquanto, Santos se restringe a uma declaração seca: "Quem nomeia e demite é o presidente da República. Furnas não é subordinada ao BNDES". Mais adiante, a batalha pode pesar. Sobrariam balas perdidas para uma ala do PFL e bancos metidos no negócio.



Bug do milênio
Formalizado o processo de cassação pela Comissão de Constituição e Justiça, Luiz Estevão (PMDB) não pode mais renunciar ao mandato e evitar assim a perda de seus direitos políticos por oito anos. Se o fizesse ontem, poderia disputar a eleição de 2002. Se for cassado no dia 28, só pode voltar em 2010.

Visão cor-de-rosa
FHC e Michel Temer (PMDB-SP) conversaram ontem por telefone. Assunto: reforma tributária. O presidente disse que está otimista. Espera votar em agosto um texto com os pontos consensuais a ser escrito em julho, nas férias dos parlamentares. Pela equipe econômica.

Um monstro
Especialista em arapongagem, José Genoino (PT-SP) avalia que foi um erro a criação de um subsistema de inteligência de segurança pública integrado ao Gabinete de Segurança Institucional. Deu musculatura à Abin e "misturou inteligência civil com inteligência militar", diz.

Passagem-relâmpago
Auto-exilado nos EUA desde que denunciou a banda podre na polícia do Rio e foi demitido por Garotinho (RJ), Luiz Eduardo Soares passou ontem por São Paulo. Para discutir com a ONG Sou da Paz a realização de um ato nacional contra a violência no dia 7 de julho, organizado pelo movimento Basta Brasil. Soares viaja hoje de volta para os EUA.

Bituca no ar
O projeto que proíbe a propaganda de cigarro entra na pauta de votação da Câmara na próxima semana. O governo tem pressa porque as resistências aumentam. Líderes do PPB e do PTB não querem votar, assim como setores do PMDB. E o PFL (de Inocêncio) subiu no muro.

Custo Brasil
Os caminhoneiros ameaçam com uma nova greve. Motivo: as faixas refletivas que estão sendo obrigados a botar nos caminhões. Custam caro (cerca de R$ 600) e são fornecidos por apenas duas empresas. Padilha (Transportes) prometeu discutir o assunto com o Conatran.


Vice-problema
Aliados próximos de Luiza Erundina (PSB) estão tiriricas com as filiações fraudulentas do PPS paulistano. Avalia-se no PSB que o envolvimento do nome do vice Emerson Kapaz no escândalo atinge a candidatura. Que já vai mal das pernas.

Campanha ao léu
Ultrapassada por Maluf (PPB) nas pesquisas, Erundina (PSB) está, na avaliação de aliados próximos, isolada. Um amigo da ex-prefeita diz que a campanha está sendo conduzida de forma "muito artesanal", sem estrutura partidária e formuladores políticos. Que sobram ao PT.

Miau!
Mentor do imposto único, o candidato à Prefeitura de SP Marcos Cintra (PL) anda distribuindo um livrinho com seus projetos parlamentares. Chama-se "Por uma Revolução Tributária". Os adversários, porém, já se divertem com a foto da contracapa. Nela, o deputado aparece, agachado e sorridente, abraçado a um enorme leão.

Efeito inibidor
A reeleição afastou a concorrência. Este ano, 106 parlamentares estão efetivamente tentando se candidatar a prefeito, contra uma média de 140 em eleições anteriores. Após as convenções, podem restar menos de 90.

Visita à Folha
José Aristodemo Pinotti, professor-titular de ginecologia da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP) e diretor do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

Do economista Guido Mantega, assessor de Lula (PT) e professor da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas de São Paulo), sobre o plano de segurança anunciado pelo governo:
- A melhor medida antiviolência que o governo tomou foi baixar os juros para 17,5%. Só uma redução efetiva da taxa poderá reduzir o desemprego.

CONTRAPONTO

Vaidade de leão
No comando da Receita Federal desde o primeiro mandato de FHC, Everardo Maciel, que é um poço de vaidade, ganhou a fama de não dar moleza a sonegador, seja ele grande ou pequeno, anônimo ou famoso.
Autuou, por exemplo, o ex-presidente Fernando Collor, vários deputados estaduais e o então senador Gilberto Miranda.
A Igreja Universal do Reino de Deus não foi exceção. Mas tentou jogar o secretário numa posição defensiva, alegando perseguição religiosa. Um bispo chegou a acusar Everardo de pertencer a uma certa ala católica do PFL pernambucano.
Espirituoso, Everardo comentou com os amigos:
- Não sou católico, não sou do PFL e não moro há 17 anos em Pernambuco.
E arrematou:
- A César o que é de César; a Deus o que é de Deus. Eu só cuido do que é de César!


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