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Belinati obtém vitória na Justiça
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
A sessão extraordinária da Câmara Municipal de Londrina que
julga o prefeito afastado Antônio
Belinati (PFL) teve início ontem
com uma vitória jurídica dos advogados do acusado.
Dois vereadores do bloco oposicionista foram suspensos da sessão pelo juiz da 7ª Vara Cível, José
Cichocki Neto. A decisão foi
anunciada às 6h40, 20 minutos
antes do início previsto da sessão.
Os vereadores Carlos Santa Rosa (PFL) e Elza Correia (PMDB)
foram suspensos, de acordo com
o juiz, por terem feito declarações
à imprensa antecipando votos pela cassação de Belinati. A oposição
entrou com recurso, pedindo reconsideração da decisão, que foi
negada por Cichocki Neto.
Santa Rosa foi o relator da comissão que analisou gastos em
publicidade do prefeito e recomendou a cassação. Correia foi a
responsável pelas denúncias ao
Ministério Público, em fevereiro
de 1999, que resultaram nas ações
na Justiça contra Belinati.
O prefeito afastado é acusado de
comandar um esquema de corrupção. O Ministério Público já
comprovou desvios de R$ 16 milhões e investiga gastos de R$ 115
milhões sem comprovação legal.
A suspensão dos dois vereadores levou a um atraso de quase
uma hora para que a Câmara iniciasse o julgamento do prefeito
afastado. Foi preciso convocar e
dar posse aos suplentes Jamil Hatti (PPB) e Francisco Roberto (PT)
para o início dos trabalhos.
O objetivo dos advogados de
Belinati era mudar a tendência de
votos pela sua cassação. Para poder se manter no cargo, ele precisa
de pelo menos sete votos.
Os advogados de Belinati contabilizavam cinco votos assegurados. A Agência Folha apurou que
dois vereadores indecisos podem
votar com os aliados de Belinati. A
oposição terá de fazer dois terços
dos votos para cassá-lo.
De um total de 21 vereadores,
apenas 20 irão votar, já que o presidente da Câmara, Jorge Scaff
(PSB), está na chefia do Executivo
desde 19 de maio, após o afastamento de Belinati sob acusação de
improbidade administrativa.
O advogado Mauro Viotto, um
dos defensores de Belinati, exigiu
que o relatório que pede a cassação fosse lido na íntegra, obedecendo a dispositivo legal. A Mesa
da Câmara havia proposto a leitura apenas das conclusões.
Das 1.924 páginas do relatório,
apenas 516 haviam sido lidas até
as 18h45 de ontem. A expectativa
dos vereadores era que a leitura
do relatório avançasse até a madrugada desta quinta-feira.
A leitura do relatório esvaziou
galerias e dispersou aglomerações
na rua dos movimentos pró e
contra o prefeito afastado. Belinati passou o dia na sua casa de campo, na zona rural de Londrina.
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