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SISTEMA TRIBUTÁRIO
Objetivo é reunir pontos de consenso em um novo projeto
Governo agora quer "minirreforma"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Diante das dificuldades de acordo para a aprovação da reforma
tributária ainda neste ano, o governo quer garantir a aprovação
de uma "minirreforma".
A idéia é desmembrar a proposta e votar até o final de agosto uma
emenda aglutinativa com os pontos de consenso.
O governo espera obter apoio
dos líderes dos partidos da base
aliada e do presidente da Câmara,
Michel Temer (PMDB-SP).
"Pinçaremos aquilo que for
consensual", afirmou o líder do
PFL na Câmara, Inocêncio de Oliveira (PE), após reunião com o
presidente Fernando Henrique
Cardoso e os ministros Pedro Malan (Fazenda) e Aloysio Nunes
Ferreira (Secretaria Geral da Presidência).
"Será uma verdadeira reforma
tributária", afirmou o pefelista.
Inocêncio disse que na próxima
terça vai se reunir com o relator
da reforma tributária, deputado
Mussa Demes (PFL-PI), para
identificar os pontos consensuais
do projeto.
Outros líderes da base aliada do
governo também se reuniram ontem com FHC no Palácio da Alvorada. O líder do PSDB na Câmara,
Aécio Neves, não descartou a possibilidade de alguns pontos consensuais entrarem em vigor por
meio de medida provisória, caso a
votação das matérias fique lenta
no Congresso.
"Se eu disser que vai sair uma
reforma fatiada, amanhã vai haver uma revolução. Mas queremos ir por partes", afirmou.
Aécio declarou que existe consenso em relação à elaboração de
uma legislação única para o ICMS
(Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços) e para a
estadualização do ITR (Imposto
Territorial Rural).
Devem ficar de fora pontos polêmicos, como a manutenção da
CPMF (Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira)
e a criação do IVA (Imposto sobre
Valor Agregado). O governo também não quer o fim imediato da
chamada cumulatividade de impostos, que faz com que os tributos incidam em cascata.
"A partir dos consensos vamos
avançar e estabelecer uma pauta
de votação. O que é possível fazer,
vamos fazer no prazo mais curto
possível porque o consenso atende muito ao setor produtivo brasileiro", afirmou o tucano.
O líder do PMDB na Câmara,
Geddel Vieira, afirmou que o governo está "chegando ao limite
político" para a aprovação da reforma tributária. "Do ponto de
vista político não dá mais para esse assunto ficar sem definição."
A proposta de desmembrar a
proposta de emenda constitucional não deve agradar à comissão
que elaborou a reforma. "Não
quero remendo, votar alguma
coisa e deixar o principal para depois. A reforma está conectada",
diz Germano Rigotto (PMDB-RS), que presidiu a comissão.
Aécio Neves disse que FHC não
deu sinais de abrir mão de pontos
de maior resistência da equipe
econômica à reforma.
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