São Paulo, sábado, 22 de junho de 2002

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PAINEL

Desgastar o governo
José Dirceu telefonou para candidatos a governador do PT e membros da executiva da sigla a fim de unificar o discurso sobre as acusações de caixa dois em Santo André. O petista os orientou a dizer que tudo não passa de mais uma "orquestração" para favorecer Serra.

Alvos de campanha
Nos telefonemas, José Dirceu responsabilizou Geraldo Brindeiro, procurador-geral da República, e Luiz Antônio Marrey, procurador-geral de Justiça de SP, pela "armação" contra o PT e a campanha de Lula.

Censura prévia
Coordenador do Programa de Governo de Lula, Antônio Palocci Filho convocou ontem, dois dias após estourar o caso de Santo André, entrevista coletiva para tratar das propostas do PT para o país. No e-mail enviado à imprensa, avisou que nenhum outro tema seria abordado.

Lula-Maluf
O mesmo PL que dará palanque a Lula na eleição presidencial avisou ontem a Paulo Maluf que o apoiará na eleição ao governo paulista. A coligação deve ser formalizada na quinta-feira, mas Genoino (PT) ainda fará último esforço para tentar trazer os liberais para sua campanha.

Outra história
A convenção do PT será realizada no próximo sábado no Anhembi. O partido desistiu de levar o evento ao estádio da Vila Euclides, em São Bernardo (SP), palco das greves dos metalúrgicos do ABC na década de 70. Diz que é para evitar a velha imagem de "radicalismo".

Frente nacionalista
Leonel Brizola (PDT), Waldir Pires (PT) e João Pedro Stedile (MST) farão protesto contra o acordo que permite o uso, pelos EUA, da base de lançamento de foguetes de Alcântara (MA). O evento ocorrerá na segunda, um dia antes da votação, na Câmara, do parecer a favor do acordo.

Torcida fanática
Apenas três senadores apareceram no plenário na sessão marcada para as 8h30 de ontem, três horas após a vitória do Brasil na Copa: Emília Fernandes (PT-RS), Edison Lobão (PFL-MA) e Nabor Jr. (PMDB-AC).

Sopa de letrinhas
Geraldo Alckmin (PSDB-SP) abrirá um comitê suprapartidário a fim de abrigar os partidos que, em razão da verticalização, vão apoiá-lo apenas informalmente. Casos do PTB e do PPS.

Um a menos
Os senadores José Eduardo Dutra (PT) e Antônio Valadares (PSB) fecharam uma coligação branca no Sergipe. Isso contraria os projetos do PSB, que queria para Garotinho um palanque próprio com candidato ao governo em cada Estado. Dutra sairá para o governo.

Sabatina regional
O governador Beni Veras (PSDB-CE) convidará os quatro presidenciáveis a apresentar em Fortaleza, no segundo semestre, seus projetos para o desenvolvimento do Nordeste.

Coligação branca
Renan Calheiros (PMDB) e Teotônio Vilela (PSDB) anunciarão hoje em Alagoas o apoio informal à reeleição de Ronaldo Lessa (PSB). Heloísa Helena será a candidata do PT.

Convite forçado
O PSDB participou do lançamento da chapa de Luiz Henrique (PMDB) ao governo de SC. Os deputados Vicente Caropreso e Jorginho Mello, que preferiam apoiar Esperidião Amin (PPB), foram "enquadrados" e participaram do encontro.

Resistência aliada
Eduardo Azeredo, candidato ao Senado pelo PSDB de Minas, diz que não existe pacto de não-agressão com Itamar, como espalharam aliados de Aécio Neves: "Sou oposição a ele".

TIROTEIO

Do marqueteiro Nelson Biondi, que trabalha para Serra, sobre o comercial de Ciro no qual uma tarja preta esconde parte de uma manchete de jornal de modo a parecer que foi o PSDB que impediu o presidenciável de aparecer em programa da Frente Trabalhista:
- É mais uma pegadinha do Ciro. Usou recursos típicos de candidato de partido nanico.

CONTRAPONTO

Guerra de dossiês

Luiz Inácio Lula da Silva lembrou a história durante uma pescaria no Pantanal, em abril, ao lado de Zeca do PT (MS). O governador tem como assessor de comunicação o jornalista Bosco Martins, que no início dos anos 80 ajudou a fundar o PT em Jaboticabal (SP).
Para que o partido crescesse, Bosco Martins teve de se lançar candidato a prefeito da cidade em 1982 de qualquer jeito. Com um detalhe: um dos adversários era seu próprio pai, o professor Waldemar Martins, oriundo da Arena. Depois dos debates e comícios, pai e filho conversavam normalmente. Mas, na hora da disputa em público, o clima esquentava. Certa noite, o jornalista fez um duro discurso de ataque ao desemprego na cidade. O pai replicou, soltando um "podre" do filho:
- O candidato do lado de lá falou bonito. Mas não tem nem carteira de trabalho assinada...



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