São Paulo, sábado, 22 de junho de 2002

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Leia a íntegra da nota divulgada pelas empresas

DA REDAÇÃO

Em nota, a Viação São José de Transportes e a Expresso Guarará Ltda. confirmaram o pagamento de propina mensal de R$ 40 mil a representantes de Ronan Maria Pinto. Leia a íntegra a seguir:
 
"Diante dos fatos que vêm sendo divulgados pela imprensa, das especulações que surgiram em torno deles e das denúncias promovidas pelo Ministério Público, esclarecemos:
1. A Viação São José presta serviço à sociedade de Santo André há quase 40 anos e nunca teve seu nome envolvido em qualquer irregularidade. No curso de nosso trabalho, nos engajamos em um projeto de reformulação do transporte coletivo da cidade, do que surgiu a empresa Expresso Guarará, vencedora de uma concorrência dentro dos parâmetros legais. Fizemos investimentos de R$ 11 milhões em obras civis, honrando as exigências do contrato firmado com a prefeitura, o qual previa um desembolso de nossa parte da ordem de R$ 6,5 milhões. Investimos, pois, quase o dobro do contratado. Apesar de cidadão desta comunidade, empresarialmente não dobramos os investimentos por nossa vontade, mas porque fomos coagidos a isso pelo senhor Klinger Luiz de Oliveira, que a todo momento ameaçava romper nossos contratos com a administração municipal. Tanto ele pressionou que fomos obrigados a entregar à Projeção Engenharia (empresa de Ronan Maria Pinto) nossa participação de 33% na empresa Expresso Nova Santo André. Foi tal história que, intimados, levamos ao conhecimento do Ministério Público.
2. Os depoimentos de membros da família Gabrilli, proprietária da São José e da Expresso Guarará, começaram a ser prestados em janeiro deste ano. Desde o dia 16 de maio, por decreto municipal, a Guarará está sob fiscalização especial porque não construiu uma ponte que fazia parte do contrato firmado com a prefeitura. Sobre isso, cabe-nos explicar o seguinte: pelo contrato original, deveríamos construir o terminal de Vila Luzita e mais cinco estações. Isso foi modificado unilateralmente pela prefeitura, transformando-se em um terminal, três estações e três pontes. É justamente uma dessas que não construímos e contestamos sua exigência em ação judicial. Nosso argumento é que já investimos R$ 11 milhões, muito acima do que o estipulado pelo contrato (R$ 6,5 milhões).
3. Queremos deixar claro que temos um problema empresarial que foi agravado por exigências extra-contratuais ilegais. E é isso que pretendemos resolver no âmbito da Justiça.
4. Com relação ao pagamento de propina, pagávamos mensalmente cerca de R$ 40 mil. Por dois meses deixamos de recolher o dinheiro. Fomos, então, submetidos a concorrência de outras empresas, que colocaram novas linhas no sistema que nos pertence por contrato.
5. Por fim, esclarecemos que nunca soubemos o destino final do dinheiro, somente que os coletores eram: Irineu Nicolino e, depois, Luiz Marcondes. Em nossos depoimentos está claro que esses dois senhores trabalhavam para Ronan Maria Pinto, que se colocava como porta-voz dos assuntos de Klinger Luiz de Oliveira Souza.
Acreditamos que os esclarecimentos acima prestados serão suficientes para dar continuidade a seu valioso trabalho. Agradecemos, assim, sua compreensão.
Famílias Gabrilli e Passarelli"



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