JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O vereador José Montoro Filho (PT), presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara Municipal de Santo André criada para apurar as denúncias de cobrança de propina de empresários da cidade para campanhas do PT, disse não acreditar na existência de um esquema de caixa dois.
Apesar de os trabalhos da comissão começarem apenas na próxima terça-feira, Montoro afirmou: "Eu já tenho uma opinião formada, mas não quero expô-la neste momento". Minutos antes, em conversa ao telefone na presença da Folha, o vereador havia classificado as denúncias feitas por João Francisco Daniel, irmão de Celso Daniel, como "asneiras que teria de investigar". Disse que o médico deverá ser o primeiro convocado a depor na CPI.
"Li os depoimentos dele [João Francisco" e já pude perceber uma série de contradições", disse o vereador.
Montoro defende o secretário de Serviços Municipais, Klinger Luiz de Oliveira Souza, acusado de participar da suposta arrecadação de dinheiro que seria usado em campanhas do PT. "Ele é um homem sério e trabalhador."
O presidente da CPI defendeu os aditamentos contratuais concedidos à empresa Expresso Guarará, da qual uma empresa de Luiz Alberto Ângelo Gabrilli Filho teve participação, durante a gestão de Klinger. Gabrilli teria sido uma das vítima do suposto esquema de arrecadação. Integrantes do próprio PT na Câmara acusavam a empresa de não cumprir o contrato de concessão de exploração de um trecho do sistema viário do município.
Montoro assumiu a vaga de Klinger quando este se licenciou em 2001 para ocupar a secretaria. Além dele, fazem parte da CPI Donizeti Pereira (PV), que é relator, Tio Donizeti (PDT) e Carlos Ferreira (PSB), todos da base de sustentação do governo. Dos 21 vereadores da Câmara, 18 apóiam o governo. O único vereador de oposição que integra a CPI é Luiz Zacarias (PL).


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