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PT SOB SUSPEITA
"Isso faz parte do esquema de terrorismo do próprio governo contra o processo eleitoral", afirma petista
Lula acusa governo de praticar "terrorismo"
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, disse
ontem em Curitiba que as denúncias contra a administração do PT
na Prefeitura de Santo André fazem parte "do terrorismo" do governo contra o processo eleitoral.
"Eu confesso a vocês que não tenho dúvida de que isso [as denúncias de que empresários de Santo
André extorquiam dinheiro para
financiar campanhas do PT" faz
parte do esquema de terrorismo
do próprio governo contra o processo eleitoral", disse Lula.
Ele classificou as acusações de
"uma tentativa de igualar o PT ao
processo de corrupção no Brasil".
Lula não citou nomes: "Não é a
primeira vez que eles [o governo"
fazem isso e não será a primeira
vez que vão quebrar a cara", afirmou. "Primeiro porque o PT aceita esse debate, aceita as investigações, mas o PT aceita também que
os acusadores também sejam responsabilizados por isso."
O governo contestou as acusações de Lula. O ministro Pedro
Parente (Casa Civil) falou que o
governo considera a declaração
grave e que, se Lula tiver qualquer
elemento concreto e objetivo para
prová-la, tem a obrigação de apresentar ou então se retratar. Parente disse que o esquema surgiu a
partir de investigações da Promotoria em São Paulo e que o governo soube do caso pela imprensa.
Lula chegou a ser irônico ao dizer que não teme desgaste eleitoral com denúncias de extorsão levadas pelo Ministério Público de
São Paulo à Justiça: "Veja se minha mão está tremendo?"
Ele disse que cabe "às pessoas
que levantaram essa leviandade"
dar esclarecimentos sobre as acusações. "O povo brasileiro está
muito calejado e sabe que em
épocas de campanha aparecem
essas coisas [denúncias", que desaparecem do mesmo jeito que
surgiram, sem que os acusadores
assumam a responsabilidade de
provar o que falaram", afirmou.
Sobre a acusação de envolvimento no caso do presidente nacional do PT, José Dirceu, ele declarou: "A nota lida pelo presidente do PT, José Dirceu, me contempla e demonstra toda a seriedade do PT e do José Dirceu".
Segundo depoimento de João
Francisco Daniel, irmão de Celso
Daniel (prefeito assassinado em
janeiro), José Dirceu recebia o dinheiro coletado junto a empresas
que prestavam serviços à Prefeitura de Santo André para formação de caixa de campanha do PT.
"Acho que, se há suspeita, a gente vai exigir que haja investigação,
que se apure, e que o ônus da prova fique com o acusador", disse.
Lula esteve em Curitiba participando de um debate do presidenciável com empresários e líderes
de sindicatos patronais na Fiep
(Federação das Indústrias do Paraná). Ele falou a cerca de 200 pessoas durante quase duas horas.
Lula defendeu a reforma política e a criação de um fundo público de financiamento de campanhas. "Estou convencido de que a
forma mais limpa de fazer campanha é o financiamento público e,
mais ainda, com a proibição de
empresários darem dinheiro às
campanhas [eleitorais"".
Segundo Lula, "é preciso acabar
com essa dependência financeira
na época de campanhas", disse:
"Empresário que quiser participar, deve depositar a doação no
fundo. Será bom para vocês [empresários", para os partidos e para
os eleitos". Ele assistiu no hotel,
com três assessores, a vitória da
seleção. Ao ser questionado se havia assistido ao jogo sozinho, respondeu: "Você acha que vou
morrer de infarto sozinho?"
Colaborou a Sucursal de Brasília
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