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São Paulo, domingo, 22 de junho de 2003

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PAINEL

Novo ninho
O PFL é um dos destinos possíveis de Anthony Garotinho, se o ex-governador for mesmo expulso do PSB por criticar o governo Lula. As conversas entre o secretário e o prefeito Cesar Maia estão adiantadas. Dirigentes nacionais do PFL, no entanto, podem barrar a filiação.

Corte rápido
A avaliação do PSB é a de que Garotinho quer passar por um processo de expulsão para posar de vítima e aumentar seu cacife político. Para não lhe dar muita exposição, o partido pretende expurgá-lo por meio de rito sumário, de menos de um mês.

Pesos e medidas
Questionado se não estaria sendo injusto com Garotinho, Miguel Arraes disse que defendeu a saída de seu velho amigo Saturnino Braga do PSB, quando o senador preferiu apoiar Lula na eleição. "Se a regra valeu para beneficiar o Garotinho, vale também para prejudicá-lo."

Prata da casa
A foto de Nicolau dos Santos Neto, o Lalau dos R$ 169 mi do Fórum Trabalhista de São Paulo, continua pendurada na galeria de ex-presidentes do Tribunal Regional do Trabalho de SP.

Sementes da discórdia
Projeto de lei em gestação no governo federal prevê a permissão da venda de produtos transgênicos desde que haja estudos feitos no Brasil comprovando sua segurança ambiental e de saúde para os consumidores.

Licença prévia
A medida valeria também para a soja RR, produzida pela multinacional Monsanto. Qualquer empresa terá de pedir a abertura de processo de licenciamento para comercializar produtos com material modificado geneticamente. A análise seria feita caso a caso.

Envelope gordo
O governo lançou edital para contratar três agências de publicidade para os Correios. São mais de R$ 300 mi ao ano.

Acerto de contas
A equipe econômica dirá aos Estados produtores de petróleo que aceita a idéia de cobrar parte do ICMS no local de produção, como pretendem. Mas, em troca, acabará com os royalties pagos aos Estados como compensação pela falta do ICMS.

Ganho duplo
O objetivo do Planalto ao propor a troca dos royalties pelo ICMS é calar os governadores dos Estados produtores de petróleo, que sonham em acumular as duas fontes de recurso.

Ajuste fiscal
A Câmara elevou em 20,7% os gastos com o pagamento de salários a funcionários, comparando-se o período de maio de 2002 a abril de 2003 (R$ 1 bilhão) aos doze meses anteriores (R$ 833 milhões). Os dados estão disponíveis no site da Casa.

Política setorial
A Diretoria Geral da Câmara justifica a elevação dos gastos com duas medidas ocorridas no início deste ano: o aumento da verba de gabinete dos deputados (de R$ 25 mil para R$ 35 mil) e do salário dos parlamentares (hoje, de R$ 12,7 mil).

Moeda de troca
Dirigentes do PL e do PTB disseram ao ministro José Dirceu (Casa Civil) que o governo terá dificuldades para aprovar as reformas se não acelerar o preenchimento dos cargos federais prometidos aos partidos.

Trabalho acumulado
Os bancos são responsáveis por 34 mil processos que tramitam hoje no TST -23,5% do total. O Banco do Brasil lidera a lista, com 9.346 processos.

Risco calculado
Vantuil Abdala (TST) tem uma explicação para o elevado número de ações envolvendo bancos: "Como os juros cobrados pela Justiça são pequenos, os ônus dos processos são mais lucrativos do que o cumprimento espontâneo das obrigações".

TIROTEIO
De Fernando Lyra, ex-ministro da Justiça, sobre o vice José Alencar:
- Quando o senador Alencar assumiu a condição de vice de Lula, imaginei que deixaria de ser um empresário-político para se tornar um político-empresário. Pelo jeito, eu me enganei.

CONTRAPONTO

Fissão atômica

Quando virou ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral (PSB) concedeu uma entrevista na qual defendeu que o Brasil não poderia renunciar ao conhecimento científico necessário para a produção de uma bomba atômica.
A declaração repercutiu nos principais jornais dos EUA e da Europa. Internamente, porém, a afirmação causou mais desconforto político do que reação da comunidade científica.
O ministro, de robe de chambre num quarto de hospital, apressou-se em dizer que não era bem aquilo que tinha dito.
Mas não conseguiu convencer nem seus próprios aliados.
Numa conversa com o ex-governador Miguel Arraes, presidente do PSB, o assunto voltou à tona. No meio da conversa, algo solene, Arraes deu a Amaral o seguinte conselho:
- Meu caro, tem certas coisas que a gente não diz. A gente faz!



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