São Paulo, sábado, 22 de julho de 2000


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PAINEL


Mapa da mina
O Planalto teme, e muito, o que pode surgir das investigações do Ministério Público sobre a mulher de Eduardo Jorge, Lídice. Amiga do ex-senador Luiz Estevão, ela preocupa muito mais o núcleo do poder do que as relações dos irmãos de EJ.

Brinde republicano
Comenta-se no Planalto que a mulher de EJ, Lídice, ajudava o ex-senador Luiz Estevão a organizar festas e reuniões com empresários. Todas para discutir temas de interesse nacional.

Ensaio de orquestra
Luiz Estevão esteve na segunda-feira passada, por volta das 14h30, no escritório de Márcio Thomaz Bastos, advogado de Fábio Monteiro de Barros, da Incal. Estevão admite que esteve em SP, mas nega a visita. O senador cassado vai depor no dia 7, na Justiça Federal, sobre as suas relações com a obra do TRT-SP.

Visita equivocada
Assessores de FHC avaliaram como um erro sua ida a Gravataí (RS), anteontem, para inaugurar uma fábrica da GM. Segundo dizem, as duas gafes do presidente, que trocou o nome da empresa e errou a data de lançamento do Real, foram reveladoras de seu "estado de espírito".

Ouvidos moucos
Ao encontrar-se com FHC na inauguração da fábrica da GM, em Gravataí, Olívio Dutra desagradou uma ala do PT-RS. Em carta ao governador, pedia-se que ele ignorasse o presidente, num gesto de repúdio aos escândalos que rondam Brasília.

Gratidão
Martus Tavares (Planejamento) telefonou anteontem para Mário Covas. Só para agradecer ao governador de São Paulo pela defesa pública que fez do ministro no episódio da liberação de verbas para a obra do TRT-SP.

Festa oficial
Avaliação de caciques do PFL e do PSDB que compareceram anteontem à festa de 60 anos de Marco Maciel: só um fato novo na crise EJ pode nocautear FHC. Por ora, o presidente resiste à crise, embora ainda mais fraco.

Primeiro diagnóstico
Tucanos que deixaram seus Estados e foram à festa de Marco Maciel em Brasília não têm dúvidas: o caso EJ atingiu as pretensões do PSDB em outubro.


Poluição no Mercosul
A Embaixada da Argentina pediu explicações ao Itamaraty sobre o óleo derramado pela Petrobras no Iguaçu (PR). Teme-se no país que o rio da Prata seja atingido. Prefeitos argentinos cogitavam montar barreiras para reduzir um eventual impacto.

Encontro marcado
Mangabeira Unger, o guru de Ciro Gomes que inferniza a aliança do PPS com Erundina (PSB), fala no dia 7 de agosto sobre os problemas de São Paulo no Instituto Florestan Fernandes, dirigido pela petista Marta Suplicy. A candidata será toda ouvidos às lições do professor.

Carona indevida
O pefelista Romeu Tuma tomou emprestado o slogan do Instituto Sou da Paz ("Basta! Eu Quero Paz!") para sua campanha eleitoral à Prefeitura de São Paulo. Está usando a variante: "Basta! Eu Quero Tuma!".

Coro dos excluídos
Partidos de esquerda de nove países vão debater a conjuntura da América Latina na terça-feira, na sede do PT, em SP. Entre eles, o PC cubano, a FMLN de El Salvador, o PRD do México, a FSLN da Nicarágua, a Frente Amplio do Uruguai, a OPL do Haiti e o NMIP de Porto Rico.

Gesto revelador
Investigado pelo Ministério Público, o presidente da Assembléia do Amapá, Fran Soares Junior (PMDB), conseguiu aprovar um decreto legislativo revelador: a assembléia fica proibida de enviar os documentos requisitados pelo órgão.

TIROTEIO

De Aécio Neves (PSDB-MG), sobre o acordo PT-PDT para a criação da CPI sobre o escândalo Eduardo Jorge:
- Eles tinham de começar fazendo uma auditoria interna, chamando o João Coser (PT-ES), o José Genoino (PT-SP) e a Marta Suplicy (PT-SP) para explicar por que assinaram emendas ao Orçamento para a construção do prédio do TRT-SP.

CONTRAPONTO

O resultado é "óbvio"
Um dos "causos" políticos que mais divertiram os convidados para a festa de 60 anos do vice-presidente Marco Maciel foi contado por Inocêncio Oliveira (PE), líder do PFL na Câmara.
Numa cidade do sertão pernambucano, o antigo PSD tinha a maioria dos vereadores (seis). A UDN, rival, tinha apenas três. Todos considerados homens "cultos" -um advogado, um ex-promotor e um ex-juiz.
Em certa sessão, o líder do PSD, homem de poucas letras, disse que determinado assunto era "obvío", carregando um acento tônico no "i".
Na hora, o líder da UDN pediu para que o colega se corrigisse.
- Não é "obvío"! É "óbvio"!!! Não fica bem registrar nos anais um erro tão grosseiro!
O presidente da Câmara alegou que a questão era polêmica e colocou o assunto em votação.
Não deu outra: "obvío" ganhou de "óbvio". Por seis a três.


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