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Candidato faz apelo a evangélicos
DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em baixa nas pesquisas de intenção de voto, o presidenciável
Anthony Garotinho (PSB) usou
de sua condição de evangélico para pedir votos anteontem à noite
em um evento de líderes da Igreja
Sara Nossa Terra onde se misturou política com religião e críticas
ao governo.
Em um discurso cheio de saudações religiosas e citações bíblicas, Garotinho pediu engajamento em sua campanha e votos "no
presidente que vai discutir valores
e se preocupar com a família".
O candidato lançou um slogan
para ser usado pelos evangélicos
na hora de pedir votos. "Ele é meu
irmão, ele é crente, mas eu voto
nele porque ele é competente".
Na onda dos presidenciáveis de
aproveitar a presença da família
nas campanhas, Garotinho subiu
no palco com a filha Clarissa, 21,
que havia passado o dia em Brasília fazendo panfletagem.
Em uma fusão de religião e política, o presidenciável se ajoelhou
no palco do Ginásio Nilson Nelson, o maior do Distrito Federal,
para ouvir a oração do bispo Robson Rodovalho, o líder da Igreja
Sara Nossa Terra, na qual classificou a pretensão de Garotinho à
Presidência de "projeto divino" e
não um "projeto humano".
"Deus, o Brasil não merece o
que está passando. Somos um
país maravilhoso, com riquezas e
com um povo maravilhoso. Coloque políticos hábeis e honestos.
Coloque nosso irmão Anthony
Garotinho na Presidência em nome do Senhor Jesus Cristo."
Espinheiro
Garotinho usou a Bíblia para
justificar sua candidatura e criticar o governo. Contou a parábola
na qual as árvores se reuniram para eleger o rei. Depois de consultarem a oliveira, que não quis deixar
de produzir o azeite, a figueira,
que não quis largar a doçura da
fruta, e a videira, que não concordou em deixar de produzir o vinho para os homens, encontram
o espinheiro que aceitou com a
condição de que todos vivessem
sob sua sombra inexistente.
"O espinheiro é a miséria, a fome, a injustiça. Tudo que é provocado a partir de um modelo econômico que privilegia tanto o sistema financeiro em detrimento
das pessoas. Não estamos tratando de uma pessoa, estamos falando de um sistema injusto. Um sistema que reina há muito tempo",
disse mais tarde em entrevista.
Depois de afirmar que os evangélicos são discriminados, Garotinho evitou dizer que tem sido discriminado politicamente como o
único dos três principais candidatos de oposição a não ser chamado para um encontro com o presidente do Banco Central, Armínio
Fraga. "Provavelmente ele irá
chamar ainda. Eu acredito na
boa-fé dele", afirmou.
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