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Déficit no Rio soma R$ 1,3 bilhão
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
A governadora do Rio, Benedita
da Silva (PT), que assumiu em
abril no lugar de Anthony Garotinho (PSB), tem um déficit de caixa de R$ 1,3 bilhão, que ameaça
diariamente o cumprimento das
obrigações financeiras do Estado
e afeta negativamente a campanha de Benedita à reeleição.
"Não estamos vivendo, estamos
sobrevivendo", afirma o secretário estadual da Fazenda, Nélson
Rocha. Logo que Benedita assumiu, Rocha e o secretário de Planejamento e Controle, René Garcia, comandaram um corte de
30% nas despesas gerais (custeio)
do Estado e de 100% nos investimentos que estavam começando
ou por começar. Nos investimentos, o corte foi de R$ 748 milhões.
A arrecadação de impostos do
Rio está estável, neste ano, em relação a 2001, com aumento de
5,64% no primeiro semestre em
termos nominais (sem descontar
a inflação) e virtual equilíbrio, levando em conta a inflação.
No ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços),
que responde por mais de 90% da
receita, os primeiros seis meses fecharam com queda de 2,6%, descontada a inflação. Houve queda
nos meses de fevereiro, março,
abril e junho, compensada por
aumento nos meses de janeiro e
maio: "Nosso problema não é de
receita, é de despesa", diz Garcia.
O funcionalismo deveria receber este mês metade do 13º salário. Isso não está garantido. O governo diz que o pagamento do
funcionalismo é prioritário. Isso
põe em risco outras prioridades,
como o saneamento da Baixada.
Segundo Garcia, somente para
o pagamento do pessoal ativo e
inativo há uma diferença de R$
2,047 bilhões entre o programado
e o previsto. Ele disse que a base
do déficit nas contas do Estado está no aumento de R$ 6,8 bilhões
para R$ 9,4 bilhões dos gastos
com pessoal, resultante dos reajustes salariais de Garotinho. A
equipe anterior nega que tenha
deixado rombo no caixa.
Com a economia estagnada, fica
difícil aumentar a receita de
ICMS. O governo acaba de obter
da Assembléia a aprovação de
uma lei que anistia de multas e encargos quem pagar nos próximos
meses os débitos antigos com o
ICMS e o IPVA. Segundo Rocha, a
estimativa é de que a anistia possa
gerar R$ 200 milhões. Resta um
buraco superior a R$ 1 bilhão.
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