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Para Ipea, tributo sobre ricos acabaria com miséria
da Redação
Um estudo do Ipea (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada),
órgão ligado ao Ministério da Fazenda, afirma que um imposto
equivalente a 8% dos rendimentos dos 10% mais ricos, ou de 5%
sobre os 40% mais ricos, poderia
combater a pobreza no Brasil.
Esse tributo específico para
transferência de renda arrecadaria R$ 35 bilhões anuais, cuja distribuição seria suficiente para que
cerca de 50 milhões de pessoas
(30% da população) tivessem um
rendimento médio mensal per capita de R$ 120, pouco menos de
um salário mínimo (R$ 136).
A possibilidade de taxação de
grandes fortunas, por exemplo,
está na Constituição de 1988
-por iniciativa do então senador
constituinte Fernando Henrique
Cardoso-, mas não saiu do papel por falta de lei complementar.
A regulamentação desse imposto (em 1993 foi sugerida a tributação de quem tivesse no mínimo
US$ 1 milhão de patrimônio) voltou à tona em 1998, nas discussões
sobre o programa de ajuste fiscal.
A proposta, embora tivesse
apoio de líderes aliados no Congresso -o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) era contra-, acabou excluída. Pesou na
decisão um estudo do Banco Central apontando que a arrecadação
seria incerta e inferior a outras
medidas possíveis (o BC estimou
um montante de R$ 200 milhões
ao ano, mais do que a renúncia
fiscal de R$ 180 milhões ao ano
que será dada pela União para a
instalação da Ford na Bahia).
A idéia de assegurar renda mínima tem origem na "Lei dos Pobres" introduzida na Inglaterra
no século 16. Na Europa, há programas em vários países.
Um sistema desses foi proposto
pelo economista norte-americanos Milton Friedman (Nobel em
1976), que criou o termo "imposto de renda negativo", segundo o
"Novo Dicionário de Economia".
A experiência brasileira na área
está no livro "Garantia de Renda
Mínima - Ensaios e Propostas",
publicado pelo Ipea e disponível
na Internet (www.ipea.gov.br).
O Programa de Renda Mínima
do Governo Federal, criado pela
lei 9.533, de 1997, implementou
programas associados à educação
das crianças dos beneficiados em
municípios com poucos recursos.
Os convênios entre o governo
federal e os primeiros 106 municípios incluídos no programa foram assinados no Planalto em 23
de abril. Até 30 de maio, embora
tenha sido autorizado o repasse
de R$ 11,7 milhões, nada havia
saído dos cofres do governo.
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