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São Paulo, sexta-feira, 22 de agosto de 2003

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PAINEL

Fim da lua-de-mel
Liderados pelos tucanos Aécio Neves e Geraldo Alckmin, governadores planejam comparecer em peso na terça-feira à Câmara para pressionar por um repasse maior de recursos aos Estados. Preparam um manifesto condenando a proposta de reforma tributária do governo.

Desagradou a todos
Inicialmente, estava prevista uma reunião de cinco governadores na comissão da reforma tributária. Mas, com o endurecimento das negociações pelo governo, ganhou força a representação de todos os 27 Estados. Até governadores petistas prometeram ir a Brasília na terça-feira.

Nova estratégia
Preocupado com a mobilização dos governadores e com o acirramento da oposição, o Planalto decidiu forçar a votação da reforma hoje na comissão. Quer restringir a negociação ao plenário e ao Senado, diferentemente do que fez na previdenciária.

Topetudo
Garotinho já é chamado no PMDB de "o Itamar Franco de Lula". Toda vez que o Planalto não atender às exigências do partido, eles ameaçarão romper com o governo e lançar o ex-governador à Presidência. Do mesmo jeito que a sigla fazia com Itamar na época de FHC.

Telefone vermelho
José Dirceu (Casa Civil) não se conteve ao saber que a oposição impedira a votação da reforma tributária. Entre palavrões, berrou: "Como é que deixaram isso acontecer? Como é que não cuidaram do quórum?". E telefonou para dar bronca no líder Aldo Rebelo (PC do B-SP).

Água fria
Arthur Virgílio (PSDB) procurou a cúpula do PT cobrando a manutenção do acordo para levar em banho-maria a CPI do Banestado. Alegou que os petistas descumpriram o trato ao convocar Tereza Grossi, ex-diretora do BC, para depor. O tucano prometeu novas retaliações.

Treinamento sem recibo
O Ministério da Saúde investiga suposto desvio de verbas do programa de prevenção à Aids no Norte e no Centro-Oeste. A Abraço, entidade que representa 4.500 rádios comunitárias no país, não prestou contas sobre os recursos que recebeu em 2000 para treinar 450 pessoas.

Carteira vazia
A direção da Abraço nega o desvio e diz que o dinheiro foi utilizado no treinamento de radialistas para ações de combate à Aids, mas confirma que não apresentou parte de suas contas. Alega ainda não ter verbas para concluir a contabilidade.

Guilhotina
A cúpula do PT bateu o martelo. Vai expulsar os deputados Babá (PA), João Fontes (SE) e Luciana Genro (RS) em reunião no começo de outubro. O partido não pretende mais esperar o fim das votações das reformas para punir. Quer que os três sirvam de exemplo para inibir outros rebeldes da bancada.

Em fogo baixo
Os oito petistas que se abstiveram na votação da Previdência devem receber uma advertência pública da Executiva Nacional do partido, apesar de a suspensão ainda não ter sido descartada. É uma tentativa de evitar novas fissuras no PT.

Guerra de imagem
Em resposta a cartaz de servidores criticando quem votou a favor da reforma da Previdência, panfleto circula na Câmara com fotos dos 15 gaúchos -entre eles Luciana Genro (PT)- que votaram contra. Embaixo, a mensagem: "Votaram junto com os marajás e a elite do país".

Visita à Folha
Augusto Marques da Cruz Filho, presidente do Grupo Pão de Açúcar, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Eduardo Romero, diretor de marketing corporativo, de Paulo Pompilio, diretor de imprensa e relações públicas, e de Otoniel Pelizário, gerente de mídia da P.A. Publicidade.

TIROTEIO

De Walter Feldmann (PSDB-SP), sobre a ausência de quórum na votação da reforma tributária, ontem pela manhã:
-Lula disse que ele e Deus iriam mudar o Brasil. Mas se esqueceu que Deus só ajuda quem cedo madruga.

CONTRAPONTO

O botão

Geraldo Alckmin tem recorrido a uma história de sua cidade natal, Pindamonhangaba, ao discutir parcerias com prefeituras do interior de SP. "Muitas vezes recebemos dos prefeitos um terreno que não é mais que um barranco com um pedido para construir um conjunto habitacional e colocar asfalto, água, esgoto e luz. Daí, fica difícil", diz o governador.
A história que ele conta se passa nos anos 50, quando o alfaiate Pascoal ficou doente. Foi atendê-lo Francisco Lessa Jr., médico e banqueiro. Após a consulta, Pascoal disse:
-Doutor, não posso lhe pagar a consulta, mas estou às ordens. Se precisar de uma costura ou pregar um botão, disponha!
No dia seguinte, Pascoal recebeu um envelope. Dentro, um botão e um bilhete:
-Peço que você pregue um terno neste botão. Assinado, doutor Lessa.


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