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IMPASSE NA REFORMA
Tucano elogia incentivos fiscais e pede compensações
Presidente diz que projeto vai eliminar "guerra fiscal"
LEILA SUWWAN
RAYMUNDO COSTA
ENVIADOS ESPECIAIS A BELÉM
O ato de recriação da Sudam
(Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), ontem,
em Belém (PA), virou palco da
disputa entre os governadores e a
União pela partilha de receitas na
reforma tributária em discussão
no Congresso. O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva fez a defesa
mais contundente do projeto até
o momento e prometeu: "Vamos
acabar com a guerra fiscal".
Em nome dos governadores da
Amazônia Legal, o governador Simão Jatene (PSDB) reivindicou
compensações para o fim da
guerra fiscal: "A desgastada tese
de fazer o bolo crescer para depois
reparti-lo consagrou-se como
uma armadilha e não como uma
estratégia de política econômica".
Lula respondeu a Jatene: "O que
é muito importante ter claro é que
não será através da reforma tributária que nós iremos resolver todos os problemas financeiros dos
Estados causados por anos e anos
de desmandos neste país". E
acrescentou, sob aplausos: "É importante termos em conta de que
a justa distribuição de riqueza e
da fatia do bolo virá de forma
muito mais justa quando a economia brasileira voltar a crescer".
Lula disse que o projeto enviado
ao Congresso foi subscrito por ele
e pelos 27 governadores de Estado. Segundo ele, isso não significa
que alterações não possam ocorrer no Legislativo. Porém, disse
que, se depender dele, a guerra
fiscal está com os dias contados.
"A verdade nua e crua é que o
país não podia continuar numa
guerra fiscal alucinada e maluca
como vinha tendo no nosso país.
Não era possível os Estados oferecerem financiamentos para capital de giro durante dez ou 15 anos.
Não era possível que Estados que
não conseguem fazer uma casa
para tirar um trabalhador da palafita dessem terreno e infra-estrutura, luz, água e ainda 20 anos de
isenção para empresas se implantarem", afirmou, sob aplausos.
Minutos antes, Jatene havia
exemplificado que a cooperativa
visitada naquela manhã por Lula
era um bom exemplo de que a
concessão de benefícios fiscais
poderia gerar empreendimentos
de sucesso. "Não podemos deixar
de considerar a repercussão dessa
medida [unificação do ICMS] para os Estados que têm utilizado a
política fiscal como instrumento
para melhorar sua atratividade,
num cenário de profunda desigualdade regional", disse Jatene.
Sobre investimentos, Lula voltou a dizer que o Brasil só "pensou
grande" em três oportunidades:
nos governos de Getúlio Vargas,
Juscelino Kubitschek e no regime
militar. Depois disso, deixou de
haver planejamento no país. Ele
advertiu os governadores que pedem mudanças na reforma tributária. Disse que "mandou fazer a
reforma da Previdência porque os
Estados brasileiros estavam falidos": "Não estava pensando na
minha próxima eleição", disse.
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