São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2004

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Ibsen diz não querer rediscutir o caso

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-deputado Ibsen Pinheiro, ex-presidente da Câmara Federal, diz que não tem interesse em rediscutir os motivos de sua cassação em 1994. "Eu não me interesso na discussão dessa matéria, uma vez que já houve deliberação do Ministério Público, da Receita Federal e do STF (Supremo Tribunal Federal). Não há nenhuma imputação [responsabilização]", afirmou sexta-feira à noite, por telefone, em meio a campanha eleitoral. Ele é candidato a vereador em Porto Alegre.
Ibsen se recusou a comentar a polêmica criada com a reportagem da revista "IstoÉ": "Para mim, isso não tem importância."
"A investigação parlamentar se encerrou. Quem quiser achar que a causa da cassação foi A, B ou C fique à vontade. Nessa matéria, o único tribunal é o da opinião pública", afirmou.
"A natureza do processo político não permite muito espaço para verificação. É da natureza desse processo que não haja muito tempo para prudência. As distorções, os esquecimentos e até os erros de boa-fé acabam sendo da natureza desse processo", disse Ibsen.
"Depois que a imagem da vítima está comprometida, até mesmo a imputação de fatos verdadeiros e normais tem efeito negativo", diz Ibsen. O ex-deputado diz que demorou para entender informação divulgada sobre "depósitos periódicos" em sua conta corrente. "Levei tempo para atinar que aqueles depósitos eram o desbloqueio da poupança confiscada no governo Collor", disse.
"Os processos são feitos pelas melhores razões de interesse público, da moralidade pública. Mas as pessoas, os agentes desses processos, se consideram missionários. E os missionários às vezes acham que é uma questão secundária a auto-estima de uma pessoa, ou até sua honra", disse.

Relatório da CPI
"O que está escrito em meu parecer está fundamentado em números e não foram tirados de nenhuma revista. Eu nunca me baseei em notícia de imprensa", diz o deputado federal Roberto Magalhães (PTB-PE). Ele falou à Folha sexta-feira à noite, por telefone. "Fui um relator discreto. Ninguém conhecia o parecer", disse.
"Meu parecer está todo fundamentado na Subcomissão de Bancos, que estimou em mais de US$ 2,4 milhões os ganhos do deputado, porque levou em consideração transferências de um banco para outro e a venda de um terreno. Por isso, a subcomissão expurgou US$ 1,3 milhão".
"Como só participei da CPI, não participei do julgamento. Eu não posso falar nada sobre o processo todo. Eu era da Comissão de Justiça e me afastei. Tendo sido relator da CPI, achei que não devia julgar", disse Magalhães.
"Meu parecer revela os pontos da Subcomissão de Bancos que levaram o relator à idéia de que havia uma suposta irregularidade. A CPI não julga. A CPI investiga", disse. (FV)


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