DA REPORTAGEM LOCAL

Em junho de 2003, o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, deu entrada no Ministério da Justiça com um pedido de indenização de anistiado político por ter sido cassado da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em 1983, após a categoria apoiar o movimento grevista dos petroleiros. O processo para o recebimento do benefício do governo federal ainda não está concluído.
Hoje, Okamotto vive com o salário do Sebrae, que ultrapassa R$ 20 mil. Sua mulher, Dalva, complementa a renda familiar à frente de uma microempresa.
À Folha, seus amigos dizem que a versão segundo a qual ele pagou a dívida de R$ 29 mil do presidente Lula com o PT é estranha -principalmente pelo fato de não ter dito nada a Lula-, mas não deixa de ser possível.
Okamotto tem uma casa no Jardim Silvina, um bairro simples de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Seus três filhos cresceram no local, onde ele fica apenas nos finais de semana por conta de seus compromissos em Brasília como presidente do Sebrae.
Quando tira férias, nunca sai do Brasil. Prefere internar-se em São José do Rio Preto, onde mora parte da família. Por estar no comando do Sebrae, por vezes tem de sair em missões internacionais.
Há meses, viajou para Tóquio, para tratar de um programa voltado para os dekasseguis (brasileiros de origem nipônica vivendo no Japão).
Um amigo lembra-se de outra viagem ao Japão, feita em sua época de sindicalista, para exemplificar o traquejo de Okamotto com línguas estrangeiras: ao desembarcar do avião, vendo o biotipo oriental de Okamotto, um local entusiasmou-se, dirigindo palavras em japonês ao brasileiro, que fez que não entendeu.
O interlocutor começou então a falar em inglês. Mais constrangimento, até que veio a pergunta: "Do you speak English?" Okamotto respondeu: "No mucho". Os tradutores, enfim, correram em socorro. (CC e LC)

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