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Ao PSOL Heloísa diz não saber se concorrerá ao Planalto em 2010
Vereadora elogiou Marina, a quem chamou de "militante de esquerda exemplar"
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Ainda indecisa sobre seu destino político e tecendo elogios à
senadora Marina Silva, a quem
chama de "militante de esquerda exemplar", a vereadora Heloísa Helena (AL) apresentou
ontem, ao comando do PSOL,
restrições à ideia de concorrer à
Presidência no ano que vem.
A possível candidatura de
Marina, admitiu, é um fator a
ser considerado. Numa reunião
com a Executiva, Heloísa condicionou a candidatura à unidade do PSOL, lembrou o laço
com Marina e reconheceu que
ambas têm perfil tão parecido
que podem confundir o eleitor.
Mesmo se dizendo sensível
"ao momento histórico da esquerda", Heloísa pediu que a
decisão ficasse para o fim do
ano. O PSOL deverá aprovar
amanhã, em congresso, sua
pré-candidatura. Mas, mantida
a proposta dos aliados de Heloísa, deixará em aberto a hipótese de negociação com o PV.
"O partido não pode se considerar uma igrejinha fundamentalista, onde só seus quadros partidários podem disputar cargos importantes", disse
Heloísa, após discursar em
congresso do partido.
Pela manhã, ela se queixou
dos ataques que sofreu do próprio partido ao longo do processo eleitoral. Contrária à descriminalização do aborto, ela
foi alvo de críticas das mulheres do PSOL. "Depois da eleição, quiseram me ver aniquilada", reclamou ela, sugerindo
que o partido apresente um
programa para, daí, escolher
quem pode representá-lo.
"Talvez não seja eu a melhor
representante do projeto de esquerda", afirmou ela, para
quem "ninguém pode forçar
um quadro partidário a defender uma bandeira".
Heloísa disse ainda que qualquer decisão dependerá do
congresso do PSOL, neste fim
de semana em São Paulo. Seu
discurso incluiu até uma ameaça velada de saída do partido.
Líder da corrida pelo Senado
em Alagoas, ela disse que não se
ilude com os números e previu
disputa dura no Estado. À tarde, reproduziu em discurso as
críticas expostas à Executiva.
No congresso, após receber
uma espada da deputada Luciana Genro (RS), perguntou se o
partido não cometia "calúnias
malditas ou infames, de guerras caluniosas pela internet que
tentam aniquilar personagens
políticos do partido".
"Não é possível que há poucos meses não tinha unidade e
agora tem por causa do Datafolha. A unidade não pode ser artificial." Na pesquisa Datafolha
recente, Heloísa tem de 12% a
24% das intenções de voto.
No fim da noite, e numa demonstração de fissura partidária, uma corrente do PSOL lançou o nome de Plínio Arruda
Sampaio para a Presidência.
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