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FHC diz que candidatura de Marina é um "avanço"
Ex-presidente expressa dúvidas sobre o êxito da senadora na eleição de 2010
Tucano considera porém que sua presença obrigará os candidatos a "discutir com mais seriedade" os problemas ambientais
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso disse ontem
que considera um "avanço" a
possível candidatura da senadora Marina Silva (sem partido-AC) ao Planalto por abrir
"debate sobre as questões do
desenvolvimento sustentável".
Apesar de classificar a ex-petista como uma "mulher séria",
o tucano manifestou dúvidas
sobre os resultados eleitorais
da provável candidata do PV.
Para ele, o sucesso dela não
dependerá de "apoio ou dinheiro": "[Marina] vai ser capaz de
falar com o país, com vocês,
com essas máquinas [filmadoras e fotográficas] que assustam a gente? Transmitir uma
mensagem que o povo capte?
Se for capaz, ganha voto. Se
não, [mesmo] com todo apoio
do mundo, não ganha voto".
Mas afirmou que a presença
dela impõe a discussão de temas como aquecimento global:
"Não acho que seja fácil para
ela em termos de resultados
eleitorais, mas todos os candidatos vão ter que discutir com
mais seriedade a questão do
aquecimento global, do desenvolvimento sustentável".
Incógnita
Na última pesquisa Datafolha, Marina atingiu 3% das intenções de voto. O governador
José Serra (PSDB) lidera com
percentuais que variam entre
32% e 44%, de acordo com o cenário. A ministra Dilma Rousseff (PT) obtém entre 16% e
24%; o deputado federal Ciro
Gomes (PSB), entre 14% e 23%;
e a vereadora Heloísa Helena
(PSOL), entre 12% e 24%.
Para FHC, ainda é cedo para
mensurar o impacto da candidatura da ex-ministra do Meio
Ambiente. Questionado se isso
ajudaria o candidato do PSDB,
afirmou: "Não sei. Tomara".
Já o comando do PSDB avalia
o lançamento da candidatura
de Marina como positivo. Associada à de Ciro Gomes (PSB-CE), a candidatura do PV quebrará a polarização que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
tentava imprimir à campanha
já no primeiro turno. A avaliação é que tanto Marina como
Ciro vão expor críticas ao governo federal, impondo obstáculos à candidatura de Dilma.
O tucanato também avalia
que a aproximação com o ex-presidente Fernando Collor de
Mello e o esforço para consolidação da aliança com o PMDB
produziram desgastes na imagem do PT. O PSDB está disposto a vincular a imagem de
Dilma à de Sarney e explorar a
saída de Marina como uma demonstração de insatisfação
com os rumos do PT.
A candidatura de Marina,
que saiu esta semana do PT criticando a política ambiental do
governo Lula, foi o único assunto político que FHC aceitou
tratar após participar de reunião da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia.
Ele afirmou que, durante seu
governo (1995-2002), Marina,
na oposição, fazia "crítica que
podia compartilhar": "Conheço
a Marina há muitos anos, foi
oposição ao meu governo. Mas
isso não a limitava a enviar cartas muito boas, que tenho guardadas até hoje", declarou.
FHC afirmou que manteve
contato com a senadora mesmo
quando ela esteve no Ministério do Meio Ambiente. "Quando ela tinha dificuldades, em
momentos de votação, e precisava de apoio da oposição, ela
me ligava. Quando podia eu
ajudava, porque é uma mulher
séria", afirmou o ex-presidente.
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