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SALÁRIO-MATERNIDADE
Prazo cairia para 90 dias
Governo quer novo prazo de carência
VIVALDO DE SOUSA
da Sucursal de Brasília
O governo pretende criar um
prazo de carência de 12 meses, incluindo os 9 de gestação, para a
concessão do salário-maternidade às mulheres que ingressarem
como seguradas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)
após a publicação de lei enviada
na semana passada ao Congresso
Nacional.
Ao incluir os nove meses de gestação no prazo de carência, o governo reduz esse prazo para 90
dias. Ou seja, as mulheres que se
filiarem ao RGPS (Regime Geral
de Previdência Social) depois da
publicação da lei não vão receber
o pagamento desse benefício caso
fiquem grávidas nos primeiros 90
dias de filiação.
Se ficarem grávidas a partir do
quarto mês, o salário-maternidade será pago sem problemas, conforme o projeto.
A medida está sendo proposta
pelo governo porque hoje acontecem muitos casos de mulheres
que se tornam seguradas do INSS
quando já estão grávidas somente
para terem direito a receber o benefício.
Não muda nada para as mulheres que já estiverem contribuindo
para o INSS quando a lei for publicada. Ou seja, não haverá prazo
de carência nesses casos. Com a
carência, o governo quer acabar
com o que considera uma brecha
na lei atual. A medida ajudará a
reduzir os gastos com esse tipo de
benefício.
Na avaliação do governo, as
mulheres que hoje se filiam ao
INSS quando já estão grávidas
acabam gerando prejuízo porque
a contribuição paga antes da concessão do benefício é insuficiente
para cobrir o custo do salário-maternidade. Como a concessão do
benefício será ampliada, seria necessário o prazo de carência.
Pela proposta do governo, todas
as mulheres que já contribuem
para o INSS vão ter direito ao salário-maternidade, que hoje não é
concedido às trabalhadoras avulsas e empresárias, por exemplo. O
ministro Waldeck Ornélas (Previdência) estima que a ampliação
do benefício irá favorecer pelo
menos 1,3 milhão de mulheres.
O projeto de lei enviado ao Congresso Nacional estabelece ainda
que o pagamento do salário-maternidade será feito diretamente
pelo INSS e não mais por meio
das empresas. O objetivo dessa
centralização, segundo a exposição motivos que foi enviada aos
parlamentares, é coibir e reduzir o
número de fraudes.
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