São Paulo, Domingo, 22 de Agosto de 1999
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JUSTIÇA

Juízes querem aumento de salário

Magistrados ameaçam fazer greve


da Agência Folha, em Maceió

Um grupo de 80 juízes federais, estaduais e do trabalho, representando todas as associações de magistrados do país se reuniram em Maceió (AL) discutindo a possibilidade de deflagração de uma greve nacional da categoria no país no próximo mês.
Os juízes se dizem ""revoltados" com o fato de não terem reajuste salarial há cinco anos.
""O salário inicial de um juiz federal ou do trabalho é de R$ 3.800 e atinge, no máximo, R$ 5.800. É uma situação que está revoltando a categoria e deve gerar uma greve geral", afirmou o vice-presidente da Associação dos Magistrados de Alagoas, Maurílio Ferraz.
Em Alagoas, o salário mínimo de um juiz é de R$ 5.500 e pode atingir R$ 9.600 com as vantagens. Segundo ele, os juízes reunidos em Maceió também cobram a definição imediata do teto salarial e as reformas no Judiciário.
O presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), ministro Wagner Pimenta, fez ontem um alerta aos juízes trabalhistas sobre a ilegalidade da eventual participação em uma greve de magistrados pela fixação do teto salarial do funcionalismo em R$ 12.720.
Pimenta afirmou que paralisações de juízes "não têm amparo legal" e condenou particularmente a adesão por parte de juízes trabalhistas, que decidem sobre a abusividade de greves de outras categorias. Ele fez essas afirmações em ofício enviado a todos os tribunais regionais do trabalho.
Pediu que essa orientação fosse transmitida aos demais juízes da área. Segundo ele, quem aderir ficará "pelo menos em situação de grande constrangimento".
A proposta de paralisação também é rejeitada pela Associação dos Juízes Federais do Brasil, que aguarda até o fim do mês uma definição sobre o teto salarial do funcionalismo.



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