LUIS HENRIQUE AMARAL
da Reportagem Local

O Diretório Nacional do PT decidiu ontem apresentar o nome de Luiz Inácio Lula da Silva para encabeçar uma frente de partidos de esquerda na disputa pela Presidência da República no próximo ano.
"Se os partidos concordarem com o meu nome, vamos disputar as eleições", disse Lula.
O nome de Lula será apresentado na reunião da frente que acontece em Brasília na quinta-feira.
O PT será representado por José Dirceu, o PSB, por Miguel Arraes, o PC do B, por João Amazonas e o PDT, por Leonel Brizola.
Segundo José Dirceu, presidente do PT, o partido decidiu apresentar o nome de Lula como resposta ao lançamento do ex-ministro Ciro Gomes (PSDB), feito pelo presidente do PPS, o senador Roberto Freire (PE), e pelo deputado Fernando Lyra (PSB-PE).
Até ontem, o PT vinha seguindo a decisão do seu Encontro Nacional, realizado no Rio: não deveria haver indicação prévia de nomes.
A proposta de indicar o nome de Lula foi feita por Dirceu. O deputado João Paulo Cunha (PT-SP) propôs uma emenda contrária à indicação. Ela foi derrotada pelo Diretório Nacional por 33 votos a 26.
"Se nós estamos criticando a indicação do Ciro, não deveríamos ter indicado o Lula", afirmou o deputado Cunha.

Outros nomes
Apesar de apresentar Lula, o partido ressaltou que aceita discutir outros nomes, do PT ou não, para encabeçar a chapa das esquerdas.
"Cada partido vai ter que dizer se tem candidato. E quem é. Somente a partir daí podemos estabelecer o consenso de um candidato único", disse. Lula ressaltou que seu nome "não será obstáculo para se construir a unidade".
Sobre a possibilidade de surgir outro nome, Lula afirmou: "Eu me contentarei em ser cabo eleitoral". Mas aproveitou para alfinetar a candidatura do tucano Ciro Gomes: "O Ciro não é problema dos partidos de esquerda, ele não é filiado a nenhum deles".
O líder do PT disse esperar que os partidos tenham a "maturidade de saber que unidos teremos chances de ganhar e, desunidos, as chances são muito pequenas. O bom senso deve prevalecer".
Para Lula, está provado que "FHC não é invencível".
Segundo Dirceu, a formação da frente de esquerda é "necessária": "O Fernando Henrique já tem o seu palanque. Tem o apoio do Paulo Maluf e, em troca, apóia Maluf em São Paulo", disse, aproveitando para alfinetar o presidente.
Na reunião de ontem, o deputado federal Arlindo Chinaglia foi eleito secretário-geral do PT.



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