São Paulo, domingo, 22 de setembro de 2002

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ELEIÇÕES 2002

Lula sobe para 44% e abre 25 pontos sobre Serra, com 19%

Adversários do petista somam 48% dos votos; tucano oscila 2 pontos para baixo, diz Datafolha

Garotinho ganha um ponto e chega a 15%, tecnicamente empatado com Ciro, que tem 13%

PLÍNIO FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Na semana em que mais se acirrou a troca de ataques entre os dois primeiros colocados na disputa pela Presidência, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, cresceu quatro pontos percentuais e atingiu 44% das intenções de voto, seu maior índice desde dezembro de 2001. O tucano José Serra oscilou negativamente dois pontos e está com 19% -25 pontos atrás do petista.
O candidato do PSB, Anthony Garotinho, oscilou um ponto para cima, atingindo 15%. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, Garotinho e Serra estão no limite do empate técnico. O tucano pode ter entre 17% e 21% dos votos, e o candidato do PSB, entre 13% e 17%. Mas estatisticamente são reduzidas as chances de Serra estar em seu ponto mais baixo, e Garotinho, em seu ponto mais alto, simultaneamente.
Ciro Gomes (PPS) oscilou negativamente dois pontos, ficando com 13%. Como pode ter entre 11% e 15%, está empatado tecnicamente com o ex-governador do Rio, mas distante de Serra.
Transformando-se esses índices em votos válidos -ou seja, o total de votos excetuados os brancos e nulos, no caso 3%, e distribuindo-se os indecisos (5%) proporcionalmente às intenções de voto geral- Lula atinge 48%. Em tese, está a dois pontos percentuais da vitória no primeiro turno, para a qual precisa atingir metade mais um dos votos válidos. Os adversários somados obtêm 52%.
O Datafolha ouviu 3.718 pessoas, na quinta e sexta-feira, em 224 municípios.
Em 14 de setembro, Serra começou a usar o horário eleitoral para atacar diretamente Lula. Na TV, o tucano usou imagens do presidente do PT, José Dirceu, afirmando que os tucanos deveriam "apanhar nas ruas e nas urnas" e as associou à agressão sofrida pelo governador Mário Covas. Explorou ainda, em diversos exemplos, os slogans: "Esse PT você não vê na TV" e "Lula, ou esconde o que pensa ou não sabe o que diz".
Na quinta-feira passada, os petistas responderam, acusando os tucanos de "apelarem para a baixaria" e responsabilizando-os pelo aumento do desemprego.
Nesse ambiente de confronto, em dez dias, houve uma subida de Lula e queda de Serra no eleitorado feminino (o petista ganhou seis pontos, e o tucano perdeu quatro), entre os que têm até o segundo grau (quatro a mais para um e quatro a menos para outro), entre os que têm mais de 60 anos (cinco a mais para um e seis a menos para outro) e entre os eleitores nordestinos (cinco a mais para um e cinco a menos para outro).
Entre aqueles que avaliam a administração do presidente Fernando Henrique Cardoso como regular, Lula ganhou cinco pontos, e Serra perdeu quatro.
Entre os que avaliam FHC como ruim ou péssimo, o petista cresceu seis pontos e atinge 59% das intenções de voto. Esses índices permitem supor que foram esses segmentos os que responderam mais acentuadamente ao confronto entre os candidatos, com vantagem para o petista.
Nos demais estratos, a mudança mais expressiva foi entre os eleitores de nível superior, no qual Lula ganhou 11 pontos, e Ciro perdeu dez. Entre os que classificam o governo FHC como ótimo/bom, Serra lidera com 38% (oscilação positiva de dois pontos) contra 26% de Lula. Garotinho sai-se bem entre os que ganham de R$ 1.000 a R$ 2.000 (subiu três pontos) e entre os eleitores da região Sul (outros três pontos).


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