São Paulo, domingo, 22 de setembro de 2002

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Presidente do PT liga para FHC e pede explicação sobre alta do dólar

DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O presidente nacional do PT, José Dirceu, telefonou no final da manhã de ontem para o presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e pediu a ele explicações sobre a recente instabilidade do mercado financeiro, que resultou, na semana passada, em alta expressiva do dólar e elevação do risco-país.
O telefonema veio um dia após o presidenciável petista, Luiz Inácio Lula da Silva, ter declarado, durante entrevista ao jornal "O Globo", no Rio, que "exigiria", em nova conversa com Fernando Henrique, que fossem esclarecidas os motivos da disparada da moeda norte-americana.
Lula, em encontro com o presidente em Brasília no mês passado, deu aval ao acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O petista rejeita a tese de que haveria componente eleitoral na turbulência financeira, provocada pelo temor quanto a uma vitória sua no primeiro turno.
Segundo relato feito pelo porta-voz da campanha de Lula, André Singer, Dirceu disse a FHC que Lula estava "apreensivo" com o tema e que acharia importante ter uma avaliação presidencial.
Ainda no relato feito por Singer, FHC respondeu ao presidente petista que está ocorrendo um exagero no movimento de alta do dólar pelo mercado e que não há motivo para pessimismo.
O presidente teria dito também que, em parte, as turbulências decorrem do cenário desfavorável externo, que é de desaceleração da economia norte-americana e de possibilidade de uma guerra contra o Iraque.
Fernando Henrique teria reiterado ainda que as condições da economia brasileira são estáveis e que a tendência é a instabilidade no mercado ser passageira.
Segundo Singer, com o diálogo havido entre Dirceu e FHC, o PT obteve as explicações que queria e não pretende mais, a princípio, agendar uma conversa de seu presidenciável com o presidente.
Ontem, durante um comício em Juiz de Fora (MG), o candidato petista voltou a dizer que manterá a sua estratégia de campanha de não efetuar ataques aos demais candidatos à Presidência da República. Lula ainda avisou que a Alca, na atual forma, não interessa ao Brasil. Segundo estimativa da Polícia Militar, estiveram presentes no evento cerca de 20 mil pessoas. A atividade iniciou como carreata e culminou num ato público no parque Halfeld.


Colaborou o enviado a Juiz de Fora


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