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São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2003

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PAINEL

Terceiro mundo
O Brasil bateu novo recorde: até o início deste mês, foram encontrados 3.155 trabalhadores escravos pelos fiscais do Ministério do Trabalho. É mais do que a soma dos últimos três anos -2.793. Reta saber se melhorou a vigilância ou se o que cresceu foi a exploração no país.

Vida de escravo
O governo federal tem recebido de 20 a 30 denúncias por mês de exploração de trabalhadores, principalmente no sul do Pará. A maioria das vítimas são migrantes de regiões pobres do MA e do PI. Na busca por emprego, acabam em fazendas em condições subumanas. Muitos se alimentam dia sim, dia não.

Caiu no esquecimento
Apesar do aumento no número de libertações ser considerado positivo, a principal promessa do Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, lançado em março, não saiu do papel: a expropriação da terra de quem explora os trabalhadores para fins de reforma agrária.

Na ponta do lápis
O Planalto prepara para o início de 2004 o lançamento da Frente Nacional de Combate à Corrupção. O objetivo é ampliar os quadros da Controladoria Geral da União, abrindo escritórios em todos os Estados e fiscalizando as contas de um grande número de municípios.

Estilo Lula
Além da parte operacional, o Planalto, é claro, também prepara campanha publicitária sobre a Frente Nacional de Combate à Corrupção. Nas mesmas dimensões das feitas para o Fome Zero e o Brasil Alfabetizado.

Dor de cabeça
A dívida dos 28 maiores hospitais privados e dos grandes laboratórios do país com empresas estrangeiras atinge cerca de US$ 800 mi. Diretores das instituições reúnem-se em São Paulo para discutir soluções de refinanciamento dos equipamentos médico-hospitalares.

No brio e no bolso
O radical Walter Pinheiro (PT-BA) foi punido duas vezes por seu partido. Primeiro, foi suspenso por 60 dias por ter votado contra a taxação de inativos. Depois, por engano, teve descontada duas vezes em seu salário de setembro a contribuição estatutária que paga ao PT.

Antes que seja tarde
As bancadas federal, estadual e municipal do PSDB-SP reuniram-se na semana passada a fim de discutir a necessidade de antecipar a definição do candidato do partido à sucessão de Marta Suplicy. A maioria dos deputados considera que, se ficar para 2004, poderá ser tarde demais.

O pensador
Como José Serra não quer disputar a eleição, Alckmin reluta em antecipar a definição do candidato tucano em SP. Quer tempo para achar um nome de consenso. Avalia que o partido tem pré-candidatos demais e pode rachar se tentar resolver tudo já.

Caminho próprio
José Aristodemo Pinotti (PMDB) diz que não aceita ser vice da chapa de Marta, apesar do insistente flerte do PT. Considera que, se não tiver candidato próprio, o partido estará cometendo "suicídio". Condenando-se a ser linha auxiliar do PT.

Asas novas
Recém-chegado à política, Pampa já está ambientado. O ex-jogador de vôlei da seleção, que começou no PFL, se transferiu para o PSDB. E quer uma cadeira na Câmara de SP.

Longe do suficiente
O Planalto fez as contas e descobriu que a Polícia Federal tem cerca de mil homens a menos do que a Guarda Civil Metropolitana de SP. O efetivo da PF, herdado da gestão FHC, não chega a 7.000. Até o ano que vem, a promessa é de aumentá-lo em 70%.

Não é novidade
Estudo feito em 1975 pelo governo indicava que, dez anos depois, a Polícia Federal necessitaria dispor de 15 mil homens.

TIROTEIO

Do deputado Geddel Vieira Lima (BA), sobre a volta de Itamar Franco ao PMDB:
-Que Deus nos ajude. Precisaremos de proteção divina contra o Itamar.

CONTRAPONTO

Pai herói

O petista Paulo Pimenta era deputado estadual no Rio Grande do Sul na legislatura passada quando foi homenageado pela comunidade de São Miguel, no município de Restinga Seca, uma de suas bases eleitorais.
Pimenta, hoje deputado federal, chegou ao local com seu filho Francisco, então com sete anos, e foi recepcionado na frente de um posto de gasolina decorado com faixas: "São Miguel agradece a Paulo Pimenta!".
Dias depois, ao retornar ao colégio de freiras onde estudava, o filho do deputado teve uma aula de religião. A professora explicou que, muitas vezes, religiosos fazem promessas e depois colocam faixas de agradecimento aos santos.
-Eu sei de uma história diferente- interrompeu o garoto, lembrando-se da faixa de São Miguel.
-Tem um santo que já agradeceu ao meu pai.



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