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São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2003

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ELEIÇÕES

Anderson Adauto, dos Transportes, foi condenado pelo uso de um avião da Assembléia Legislativa, mas pode recorrer

Justiça deixa ministro de Lula inelegível

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A Justiça Eleitoral em Uberaba condenou o ministro dos Transportes, Anderson Adauto (PL), a ficar inelegível por três anos, a partir de 2004. Adauto foi condenado pelo uso de um avião da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, da qual era o presidente, durante a campanha para prefeito de Uberaba em 2000, quando disputou pelo PMDB. O ministro poderá recorrer ainda em duas instâncias da Justiça Eleitoral.
A condenação partiu do juiz Lênin Ignachitti, de uma das zonas eleitorais de Uberaba, e veio à tona no final de semana, conforme publicou o jornal mineiro "O Tempo" na sua edição de ontem. A acusação foi feita ainda durante a campanha eleitoral pelo grupo político do atual prefeito de Uberaba, Marcos Montes Cordeiro (PFL), que venceu Adauto.
A oposição local ao ministro o acusa de ter ido a Uberaba com o avião do Legislativo 30 vezes em um período de três meses antes do pleito. Afirmam também que a aeronave do Legislativo mineiro foi usada para ir a São Paulo, fazendo uma escala em Uberaba, para gravar depoimentos para o programa eleitoral de Adauto.
A Justiça teria solicitado as planilhas de vôo à Infraero e confirmado as acusações feitas pelos opositores locais do ministro dos Transportes do governo Lula.
No início da sua gestão no ministério, Adauto também enfrentou acusações de desvio de recursos em prefeituras do Triângulo Mineiro, mas se manteve no ministério. Na semana passada, uma reportagem da revista "IstoÉ" disse que o ministro priorizou obra em Minas Gerais que beneficia seu principal caixa de campanha a deputado federal em 2002.
O vice-presidente José Alencar (PL-MG) disse há uma semana, em Belo Horizonte, que Adauto faz "um excelente trabalho à frente do ministério" e que ele está "moralizando" a pasta.
Mas, a cada acusação, Anderson Adauto se credencia mais para entrar na reforma ministerial que Lula deverá fazer até o final do ano. Pesa a seu favor o fato de ter sido indicado pelo vice de Lula.
Uma saída seria que ele deixasse o ministério para concorrer novamente à Prefeitura de Uberaba, em 2004, mas essa condenação, mesmo sendo em primeira instância, poderia atrapalhá-lo.



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