São Paulo, quinta-feira, 22 de setembro de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ ALÉM DO "MENSALINHO"

Severino renuncia ao mandato e se torna o primeiro presidente da Câmara a deixar o cargo

"Mensalinho" derruba o "rei do baixo clero" após 7 meses

O presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PP-PE) renunciou ontem ao mandato e ao cargo de deputado, afirmando que voltará: "O povo me absolverá". Em seu discurso de despedida, acusou a "elitizinha que não quer largar o osso" de ser a responsável por sua renúncia. Disse também que "empobreceu com a política".
Sua fala nem havia acabado, e os partidos já davam a largada oficial à corrida sucessória pela presidência da Câmara. Uma profusão de candidatos foi lançada, mas os favoritos, por enquanto, são o peemedebista Michel Temer (SP) e o pefelista José Thomaz Nonô (AL). Severino deixa o posto sete meses e seis dias após impor uma das maiores derrotas ao governo Lula, vencendo Luiz Eduardo Greenhalg (PT-SP), candidato do Planalto.
Seu discurso de renúncia foi recebido pelos deputados em silêncio, sem aplausos nem vaias. Mas das galerias vieram os protestos. Tão logo findou sua fala, uma estudante gritou: "Vai embora, Severino, seu corrupto".
Seguiu-se um tumulto nas galerias. A segurança da Casa, sob ordens do já presidente interino Thomaz Nonô, retirou à força os estudantes, alguns ligados ao PSTU e ao PSOL. Houve troca de empurrões, socos e pontapés.
Severino perdeu o mandato e o cargo de presidente após 19 dias de pressão, resultado da acusação de receber propina em 2002 e 2003 em troca de garantir a um empresário a exploração de restaurantes na Câmara.


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