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PT e oposição partem para briga na sessão conjunta
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em vez de se concentrarem na
obtenção de informações do banqueiro Daniel Dantas, governistas
e membros da oposição gastaram
parte da sessão de ontem das CPIs
dos Correios e do Mensalão se
atacando, inclusive com tapas e
empurrões.
O momento de maior descontrole foi quando a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) e os deputados João Fontes (PDT-SE) e
Eduardo Valverde (PT-RO) deixaram o debate de lado e partiram
para a agressão física. A sessão foi
suspensa por cerca de 15 minutos.
Valverde pedia a palavra para
rebater acusações feitas pelo deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ)
contra o governo. Fontes, que estava de pé ao seu lado, achava que
ele não tinha esse direito e começou a gritar: "Cala a boca! Ladrão!
Partido de corruptos!".
O petista rebateu dizendo que
Fontes ocupou cargo de confiança no governo de Sergipe, indicado pela "oligarquia". Ele foi presidente da Companhia Energética
de Sergipe durante governo do
PFL. Heloísa Helena saiu em defesa do colega, chamando Valverde
de "cabra safado" aos berros.
O deputado afirmou que ela e
Fontes mereceram ser expulsos
do PT. Para desabonar a senadora, Valverde disse que Heloísa Helena votou contra a cassação do
senador Luís Estevão (DF). "Seu
adversário ACM disse, na época,
que foi porque transou com ele
[Estevão]!", disse Valverde.
Nesse momento a senadora
partiu para cima do deputado e
apontou uma caneta para seu rosto. "Se é para falar de sexualidade
dizem que o senhor é envolvido
com rede de prostituição, pedofilia e gasta dinheiro roubado em
esquema de transporte nas festas
da Jeany Mary Corner [apontada
como agenciadora de garotas de
programa]", disse ela.
Valverde, que estava sentado,
deu um empurrão em Heloísa
Helena. Ela partiu para cima dele
e chegou a dar um tapa, mas foi
contida pela deputada Laura Carneiro (PFL-RJ), que pedia calma
enquanto a imobilizava. Em socorro da senadora, João Fontes
partiu para cima de Valverde e foi
contido pelos parlamentares.
Procurado ontem à noite por telefone, Luiz Estevão disse que esse
não era um assunto sobre o qual
poderia se manifestar. Também
classificou de "rasteiro" o argumento usado na discussão durante a CPI. "Não tenho nada a ver
com isso. É uma briga entre duas
pessoas na qual foi usado um recurso rasteiro, grosseiro", disse.
O tom subiu novamente quando o deputado Antônio Carlos
Magalhães Neto (PFL-BA) disse
que o governo petista é o mais
corrupto da história. "A família
ACM entende de corrupção, pode
falar de cátedra", interrompeu o
deputado Fernando Ferro (PT-PE). "Além de se descolarem da
realidade, eles se tornaram histéricos", rebateu ACM Neto.
Nesses momentos Dantas assumia um papel de espectador e ria.
O banqueiro chegou a gargalhar
quando a deputada Zulaiê Cobra
(PSDB-SP) fez um comentário sobre seu timbre de voz.
"Já vi que o senhor Daniel Dantas, como todo rico, fala baixo. Eu
tenho que ficar mais rica para falar mais baixo. Pobre é uma desgraça, fala muito alto", disse
ela.
(FK, LS e RV)
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