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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO" /CAIXA 2
Nome de Dario Messer foi citado no depoimento de Toninho da Barcelona, anteontem, durante sessão conjunta de três comissões
CPIs querem convocar suposto doleiro do PT
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
Parlamentares das CPIs dos
Bingos, dos Correios e do Mensalão querem ouvir o doleiro Dario
Messer, apontado pelo também
doleiro Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona,
como o operador do PT e do PP,
por intermédio da corretora Bônus-Banval.
Anteontem, Barcelona, condenado a 25 anos de prisão por lavagem de dinheiro, afirmou que a
corretora agia para o PT e o PP
desde 2002. De acordo com ele,
era Messer quem enviava os dólares, do Panamá, e sua empresa, a
Barcelona Tour, trocava em reais
e entregava os valores convertidos
à corretora, que repassava recursos para nomes do PT e do PP indicados pelo publicitário Marcos
Valério Fernandes de Souza.
Barcelona também afirmou, em
depoimento a portas fechadas,
que o PT pagou R$ 8 milhões, nos
meses de março e abril deste ano,
em troca do apoio do presidente
da Câmara, Severino Cavalcanti
(PP-PE), que ontem renunciou ao
mandato. Severino negou, por
meio de sua assessoria, que tenha
sido beneficiado.
O deputado Antonio Carlos
Magalhães Neto (PFL-BA) disse
que o depoimento de Barcelona
acrescentou mais nomes e contas
que devem ser investigadas pela
CPI dos Correios. "Temos de saber detalhes dessas operações,
descobrir os nomes dos doleiros e
chamar essas pessoas para depor", defendeu o pefelista. Para
ele, as CPIs estão construindo
"um roteiro de novela com vários
personagens". "Tem o capítulo
dos doleiros, das contas no exterior, das offshores...".
ACM Neto defendeu a convocação de Dario Messer, mas não está
certo de que o depoimento deva
ocorrer nas três CPIs ao mesmo
tempo. "Sou contra audiências
em conjunto porque tem muita
gente para falar."
Rumos
O relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), classificou como grave a
acusação de Barcelona de que
Messer é o principal doleiro do
PT. Alves afirmou que, na próxima reunião conjunta das três
CPIs, na segunda-feira, os parlamentares irão decidir que caminho tomar.
"Precisamos analisar as acusações para saber o que cabe a cada
comissão", defendeu. Ele lembrou que é necessário haver consenso sobre as convocações de depoentes "para não acontecer o
que aconteceu com o Toninho da
Barcelona, que foi chamado pelas
três CPIs". "Vamos analisar se é o
caso de o escutarmos em sessão
conjunta ou se cada comissão cuidará de uma parte das investigações."
O senador José Agripino (PFL-RN) discorda de seus colegas. Para ele, o mais importante neste
momento é fazer uma acareação
entre os dois irmãos do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel e
o secretário-geral da Presidência,
Gilberto Carvalho. "Vou apresentar um requerimento nesse sentido na próxima reunião da CPI."
Segundo Agripino, sua convicção
foi reforçada depois do depoimento de Barcelona que, segundo
ele, teria fornecido o banco e o nome da conta no exterior pela qual
teriam passado recursos para o
PT de Santo André. "É importante ouvir o Messer, mas é uma etapa seguinte", afirmou. "Tem de
examinar um assunto que já tem
começo, meio e fim."
Ele disse que não sabe se Messer
deve ser ouvido pelas três CPIs ao
mesmo tempo. "Não sei se vai
funcionar dessa maneira, mas a
CPI dos Bingos vai precisar ouvi-lo."
(CHICO DE GOIS)
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