São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 2002

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PT promete reduzir despesas do governo

JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O principal assessor econômico do PT, Guido Mantega, admitiu ontem a necessidade de corte de gastos em um eventual governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
O economista acenou também com a possibilidade de renegociação de dívidas brasileiras com instituição multilaterais, como o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o Banco Mundial.
De acordo com o economista, entre os gastos que poderiam ser cortados estão a diminuição da despesa com juros e "custeio". Mantega citou a racionalização dos gastos do governo, inclusive de projetos sociais "que se encavalam", e a redução da corrupção. O economista não especificou, porém, como medidas de combate à corrupção teriam impacto rápido nos gastos governamentais.
"Isso o PT sabe fazer. São medidas importantes, como a redução do custo de obras e serviços contratados pelo governo entre 20% e 30%", completou o economista.
Segundo Mantega, a diminuição dos gastos com juros pode ser alcançada por meio do aumento da confiança dos investidores nos fundamentos econômicos brasileiros, pela queda do risco-país e pela criação de superávits primários (receitas menos despesas antes do pagamento de juros).
A diminuição dos gastos do governo no ano que vem foi defendida também por outros economistas que estavam presentes no seminário "Os Rumos da Economia Brasileira", do qual participou Mantega, em São Paulo. Entre eles, Gesner Oliveira, coordenador do programa do candidato José Serra, o deputado federal Delfim Netto (PPB-SP) e José Júlio Senna, um dos cotados para o Banco Central, em um eventual governo petista.
Para Mantega, o Brasil tem uma situação "tranquila" em relação ao vencimento de dívidas com os organismos multilaterais. Segundo o economista, no dia seguinte às eleições, se Lula vencer, será montada uma agenda com as principais tarefas do novo governo. Estariam vislumbradas aí a reforma tributária e da Previdência.


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