São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 2002

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PERFIL

Nascido em Cuba, Reich é tido como "anticastrista"

MARCIO AITH
DE WASHINGTON

Nascido em Cuba e naturalizado americano, Otto Juan Reich, a autoridade dos EUA que encontrou-se ontem com Lula, é um dos personagens mais polêmicos da administração de George W. Bush.
Em 2001, Reich assumiu o cargo de secretário-adjunto de Estado para a América Latina por meio de uma brecha que viabiliza nomeações da Casa Branca sem a confirmação prévia do Congresso. Bush recorreu a esse artifício porque a oposição democrata, que controlava o Senado até as eleições do dia 5 de novembro, recusava-se a sabatiná-lo.
Os democratas se opõem a Reich devido a sua militância anticastrista, considerada "obsessiva" pela oposição, e a seu envolvimento no escândalo "Irã-Contras" -venda de armas ao Irã para financiar os "contras" da Nicarágua.
Durante o governo de Ronald Reagan na década de 80, Reich coordenava o "Escritório de Diplomacia Pública", encarregado de promover a "contrapropaganda" dos EUA à bandeira comunista na Nicarágua e em El Salvador. Em 1986, foi nomeado embaixador na Venezuela, cargo que ocupou até o fim do governo Reagan.
Reich foi recomendado para o cargo pelo irmão do presidente Bush, Jeb Bush, recém-reeleito governador da Flórida com o apoio da comunidade cubana, da qual Reich é uma espécie de "herói".
Desde que assumiu o posto, Reich tem sustentado que a raiz dos problemas econômicos da América Latina é a corrupção de seus governantes.
Em abril, Reich foi acusado de estimular o golpe frustrado contra o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Em maio, defendeu a manutenção do embargo econômico à Cuba.
O cargo ocupado por Reich é o mais importante do Departamento de Estado para a região. O mecanismo de nomeações emergenciais que o mantém no cargo sem a sabatina do Senado expira agora em Dezembro, quando ele terá que ser sabatinado e aprovado se a Casa Branca quiser mantê-lo.


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