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TRANSIÇÃO
Presidente eleito se reuniu com James Wolfensohn, presidente do Bird, que se disse "emocionado" com o petista
Lula pode obter até R$ 10 bilhões, diz Bird
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Banco Mundial
(Bird), James Wolfensohn, disse
ontem, durante encontro com o
presidente eleito, Luiz Inácio Lula
da Silva, que o banco tem entre
US$ 6 bilhões e US$ 10 bilhões para emprestar ao novo governo
nos próximos três anos.
Wolfensohn se reuniu com Lula
e com parte da equipe do novo
presidente. Também se encontrou com o presidente Fernando
Henrique Cardoso e com a primeira-dama, Ruth Cardoso.
"Fiquei muito emocionado,
porque ele [Lula] é a mesma pessoa quando não está em frente aos
eleitores. Pareceu-me muito autêntico", disse Wolfensohn. "Nesta semana me senti muito mais confortável do que uma semana
antes das eleições, porque eu estava influenciado pela cobertura da
imprensa", afirmou.
Segundo ele, a cobertura da imprensa dava a entender que "coisas ruins" poderiam acontecer caso Lula ganhasse.
De acordo com o presidente do
Bird, não houve necessidade de
discussão sobre a questão de responsabilidade fiscal, porque o novo governo já tem o entendimento de que ela é necessária.
"Eu senti que hoje de manhã estava lidando com pessoas de responsabilidade que têm um sonho.
Para mim, essa é uma boa combinação", disse Wolfensohn. "Ele
[Lula] não é tão sonhador que não
reconheça que conduzir um país
não é a mesma coisa que conduzir
uma campanha política."
Ainda segundo o presidente do
Bird, o presidente eleito e sua
equipe não estavam em busca da
aprovação do banco para nada.
"A primeira coisa que o presidente eleito Lula deve fazer é não
agradar o Banco Mundial", disse
Wolfensohn.
"Ele tem que presidir o país do
jeito que ele quer e do jeito que o
povo quer. Ele não é um aluno de
escola primária vindo ao professor para ser aprovado, ele é o presidente de um país", disse.
O presidente do Bird disse que
valores entre US$ 6 bilhões e US$
10 bilhões são muito dinheiro,
mas que mesmo US$ 20 bilhões
seriam insuficientes se não houver consenso na sociedade para a
resolução do problema da fome.
Segundo ele, esse consenso está
"emergente". Para o presidente
do Bird, se um "pacto social" não
der certo no Brasil, não dará certo
em nenhum outro lugar.
Wolfensohn também elogiou
Fernando Henrique Cardoso.
Disse que o presidente deu grandes contribuições nas áreas sociais e por isso o presidente eleito
já tem de onde partir.
Ainda segundo o presidente do
Bird, Fernando Henrique tem
uma excelente equipe e que ele
gostaria de ter com os outros países a mesma relação que tem com
o atual governo do Brasil.
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