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Partido é entrave na
MP da minirreforma
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O relator da medida provisória
66, a chamada minirreforma tributária, deputado Benito Gama
(PMDB-BA), já definiu a estratégia para aprovar a matéria na próxima semana, apesar da oposição
radical do PFL e das resistências
do PSDB. Benito vai minar esses
partidos acatando propostas de
setores da economia defendidos
por grupos de deputados.
A Comissão Executiva Nacional
do PFL decidiu ontem votar contra os dois principais pontos da
MP: a prorrogação da alíquota de
27,5% do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) a partir de janeiro de 2003 -quando deveria
retornar aos 25%- e a manutenção da alíquota da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) em 9% -que cairia 8%.
O presidente nacional do PFL,
senador Jorge Bornhausen (SC),
afirmou que a posição do partido
em relação a essas questões é
"inegociável". "A carga tributária
ultrapassou seu limite e não é possível colocar mais ônus sobre o setor produtivo", disse.
A direção do PFL também se
posicionou contra o aumento da
Cide (Contribuição sobre Intervenção de Domínio Econômico)
dos atuais R$ 0,50 para até R$ 0,80
por litro de gasolina. Defendido
por Luiz Inácio Lula da Silva, o
aumento pode render mais R$ 3
bilhões ao novo governo.
Benito acatou propostas de consenso dos partidos, como a inclusão de um novo Refis (Programa
de Recuperação Fiscal) e do Simples 3, o sistema simplificado de
cobrança de impostos de pequenas e médias empresas.
O relator da MP afirma que terá
o apoio de pelo menos 20 deputados do PFL, apesar da posição da
Executiva Nacional do partido.
Benito afirma que está faltando
só um pouco mais de negociação.
"O José Dirceu [presidente nacional do PT] precisa procurar os deputados. No dia da votação, até o
Lula vai ter que ligar para eles."
O PFL pretende aprovar apenas
a desoneração do PIS-Pasep em
relação às exportações e o fim da
cumulatividade na cobrança.
A prorrogação das alíquotas do
IRPF e da CSLL deve render mais
R$ 2,3 bilhões.
Para o PT recuperar uma possível perda de receita no próximo
ano, Bornhausen apresenta uma
proposta: cortar ministérios e órgãos públicos ineficientes. Segundo ele, o governo poderia operar
com apenas 12.
(LUCIO VAZ e RAQUEL ULHÔA)
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