ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A coordenação da festa da posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, está analisando sugestão do dramaturgo Augusto Boal de estender as comemorações para todo o país. A idéia inclui servir comida à população.
As sugestões de Augusto Boal estão reunidas num texto quase poético chamado "A posse como cultura". O documento propõe que a data -seja dia 1º ou 6 de janeiro- seja comemorada no maior número possível de cidades, com manifestações culturais típicas, como bumba-meu-boi, maracatu, trios elétricos.
Haveria também destaque para o Fome Zero, o projeto anunciado como prioridade do presidente eleito. Para Boal, em mesas servidas em locais públicos, a população comemoraria o juramento do novo presidente comendo.
O texto está nas mãos de Silvio Pereira, secretário de Organização do PT e responsável pela coordenação da festa de posse.
"Nós queremos que em todas as praças das cidades brasileiras, desde a primeira luz do dia até a noite, as pessoas comemorem essa data histórica, o dia em que um presidente popular chegou ao Palácio do Planalto", declarou.
Brasília, segundo Pereira, será uma espécie de mosaico de todas essas manifestações. Pretende-se trazer representações de diversos grupos folclóricos.
Eles poderiam, por exemplo, fazer uma saudação a Lula no trajeto que ele deve percorrer entre o Congresso Nacional, onde tomará posse, e o Planalto, no qual receberá a faixa presidencial.
Está quase certo que haverá telões na Esplanada dos Ministérios para transmitir ao vivo as solenidades protocolares para todos os que vierem a Brasília. Trabalha-se com a idéia de gerar essas imagens também para todas as cidades que puderem retransmiti-la em praça pública.
"Não estamos preocupados com números. Queremos encher Brasília com esse sentimento de esperança e transmiti-lo para todo o Brasil", resumiu Pereira, confirmando que caravanas partindo dos Estados trarão convidados para a festa que está sendo organizada na capital federal.
Augusto Boal é conhecido em diversos países principalmente por suas teorias acerca do Teatro do Oprimido, que define como "o teatro dos oprimidos, mesmo no interior das classes oprimidas".


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