São Paulo, terça-feira, 22 de novembro de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/PAGAMENTO SUSPEITO

Presidente da CPI dos Bingos deve permitir a presença de integrantes da CPI dos Correios em depoimento hoje do presidente do Sebrae

Amigo de Lula deve responder a duas CPIs

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, presta depoimento hoje à CPI dos Bingos para explicar o pagamento de uma dívida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o PT. Se o objetivo da oposição se concretizar, talvez Okamotto receba "visitas" surpresas. Ontem, o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), integrante da CPI dos Correios, defendeu que membros desta comissão participassem do depoimento do amigo de Lula.
O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PI), gostou da sugestão. "É possível que abramos para a CPI dos Correios." A senadora Ideli Salvatti (PT-SC), integrante da CPI dos Correios, protestou. "Não há nem requerimento aprovado para chamar o Okamotto para depor, por que eles querem ouvi-lo?"
Okamotto pagou um empréstimo de R$ 29,4 mil concedido pelo PT ao presidente Lula. O pagamento foi feito em quatro parcelas, entre dezembro de 2003 e março de 2004. De acordo com Okamotto, foram utilizados recursos dele para a quitação.
O presidente do Sebrae e ex-tesoureiro do PT não apresentou até hoje, porém, comprovantes bancários das transações feitas.
O PT afirmou que Lula não contraiu empréstimo com o partido, e que a transação foi apenas contábil e se referia a despesas com viagens do presidente e da primeira-dama, Marisa Letícia, durante a campanha de 2002.
Em agosto, quando foi divulgado a dívida de Lula com o PT, o Planalto disse que o presidente não tinha conhecimento da dívida nem de seu pagamento.
A oposição suspeita que essa dívida pode ter sido paga com dinheiro das contas de empresas de Marcos Valério, acusado de ser o operador do "mensalão".
"Vamos avaliar o depoimento dele [de Okamotto] para vermos se é necessário pedir a quebra de sigilos bancário e fiscal", disse Efraim Morais. Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), "sob o ponto de vista da transparência, faz sentido convocá-lo". Dias observou, porém, que até agora a CPI não obteve sucesso na busca de documentos que desmentissem Okamotto sobre o pagamento da dívida. (CHICO DE GOIS)


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