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Índios podem perder verba extra
DA AGÊNCIA FOLHA
A Comissão Mista do Orçamento de 2001 rejeitou a emenda
do relator de saúde indígena, deputado Narcio Rodrigues (PSDB-MG), que propunha uma verba
adicional de R$ 26 milhões aos R$
80 milhões propostos inicialmente pelo governo federal. A emenda
apenas anulava o corte de gastos
com a área, mantendo os R$ 106
milhões destinados em 2000.
A justificativa para a recusa da
emenda, segundo o presidente da
comissão, deputado Alberto
Goldman (PSDB-SP), é a de que
os relatores não podem, pelo regimento interno, criar emendas.
"Eles podem apenas dar parecer
sobre as emendas propostas. Essa
emenda em si não foi rejeitada no
mérito", disse Goldman. Para ele,
o que é possível é, na votação final, na próxima semana, os integrantes do grupo darem outra interpretação ao regimento interno
para se chegar a um consenso.
"Podemos reinterpretar o regimento e aprovar a emenda suplementar. A Funasa constatou a deficiência desses R$ 26 milhões e
enviou um ofício à comissão. O
total de R$ 106 milhões deveria ser
o pedido inicial do projeto encaminhado pelo Ministério da Saúde", declarou o parlamentar.
As entidades que prestam serviço de saúde aos índios afirmam
que, se o corte for mantido, o
atendimento ficará prejudicado.
A Funasa já havia anunciado,
no início deste mês, o corte de
45% das verbas destinadas em
2001 ao Distrito Sanitário Ianomâmi, em Roraima, responsável
por 12 mil índios. Segundo comunicado emitido em novembro, os
recursos previstos às organizações não-governamentais que
prestam serviços de saúde no distrito é de R$ 8 milhões, contra R$
15 milhões previstos para 2000.
"Essa redução poderá inviabilizar a continuidade do nosso trabalho", disse o médico Cláudio
Esteves de Oliveira, presidente da
ONG Urihi, uma das quatro organizações que trabalha com ianomâmis em Roraima.
O diretor de saúde indígena da
Funasa, Ubiratan Pedrosa Moreira, negou que haverá corte de verbas. "Em termos globais, não haverá redução de recursos. Em
2001, haverá uma aparente redução, porque já foi feita boa parte
da compra de equipamentos, veículos e construções necessários."
Segundo ele, os R$ 26 milhões
que faltam deverão vir com programas de controle de malária e
de vigilância ambiental e epidemiológica.
(ANDRÉA DE LIMA)
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