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Dois integrantes permanecem presos em MS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
A Justiça de Mato Grosso do Sul
mantém presos dois integrantes
do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) há
mais de 15 dias, por não acatarem
mandado de reintegração de posse. A prisão de Antonio Francisco
da Silva e Edson Miranda ocorreu
em 4 de dezembro no fórum de
Rio Verde de Mato Grosso, região
norte de Mato Grosso do Sul.
Eles foram levados para a delegacia da cidade quando participavam de uma reunião de conciliação, que contava com a participação de um juiz, um promotor e o
dono da fazenda invadida.
O juiz Gil Messias Fleming, que
determinou a prisão, disse que os
sem-terra foram detidos por resistência, esbulho possessório e
formação de quadrilha. Somados,
esses crimes podem resultar em
uma pena que vai de dois a cinco
anos de reclusão.
De acordo com o juiz, os sem-terra disseram que não iriam sair
da área invadida, "mesmo sabendo que estavam praticando um
crime".
Segundo Fleming, "eles se fizeram de desentendidos, foram arrogantes. Isso é um desrespeito à
lei. Além do mais, antes da reunião, um oficial de Justiça e um
grupo de policiais foram até o
acampamento informar sobre o
mandado de reintegração e os
sem-terra correram com eles de
lá", afirmou o juiz.
João Campos, um dos representantes do MST no Estado, disse
que a prisão é injusta e desnecessária, "tendo em vista que não há
conflitos, nem houve resistência
por parte dos trabalhadores".
Segundo ele, um grupo de cem
famílias acampou na fazenda
Santa Catarina, de 3.000 hectares,
há três meses. Os sem-terra exigem que a área seja vistoriada. Para Campos, o caso ainda está em
fase de negociação.
O MST entrou com pedido de
revogação da prisão, que está sendo analisado pelo Ministério Público. A decisão da Justiça deve ser
anunciada até a próxima quinta.
As famílias invasoras permanecem na área, e o MST diz que só
saem de lá quando o juiz mandar
soltar os dois sem-terra presos.
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