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TRANSPORTES
Empresa será investigada
Adauto diz que fica se presidente quiser
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro dos Transportes,
Anderson Adauto, disse ontem
que, se for descoberta alguma irregularidade sobre a empresa
CPA na qual ele esteja envolvido,
ele terá que ter "desconfiômetro"
e sair do governo. A empresa será
investigada pelo Ministério Público de Minas Gerais.
"Eu tenho que ter a compreensão de que, se amanhã houver ligação concreta entre o ministro
dos Transportes e a CPA, tenho
que ter desconfiômetro."
Adauto será exonerado no final
do mês para assumir cargo de deputado federal. Sobre se voltará
ao cargo, ele disse: "A única certeza que posso dar é que o caminho
de ida tem que acontecer. O de
volta depende do presidente".
Questionado sobre se após as
reuniões com Luiz Inácio Lula da
Silva, na terça, e José Dirceu (Casa
Civil), ontem, ele estava seguro no
cargo, afirmou: "O único cargo
que dá segurança a um homem
público é o mandato popular".
A CPA é uma empresa de consultoria que está citada em CPI da
Câmara Municipal de Iturama
(MG), em um esquema de desvio
de verbas da prefeitura. O ministro é amigo de dois sócios da CPA,
Sérgio José de Souza e Rômulo de
Souza Figueiredo.
O ministro deixou claro, porém,
que, para pedir demissão, seria
preciso que ele estivesse ligado diretamente a alguma irregularidade na CPA. "Por você ser amigo,
pode ser considerado culpado
também?", disse, sobre a possibilidade de uma investigação que
será aberta pelo Ministério Público de Minas sobre a CPA encontrar irregularidades nos contratos
da empresa com prefeituras.
Lula confirmou Adauto no cargo na terça. "O presidente age numa linha de confiança total com
as pessoas que ele indicou. Ele foi
solidário", disse.
Adauto informou que pediu a
Dirceu que algum órgão federal o
investigue. Segundo o ministro,
isso foi descartado porque, além
de ele já ter sido inocentado pelo
Tribunal de Justiça de Minas, não
houve desvio de verbas federais.
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