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São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 2003

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TRANSPORTES

Empresa será investigada

Adauto diz que fica se presidente quiser

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro dos Transportes, Anderson Adauto, disse ontem que, se for descoberta alguma irregularidade sobre a empresa CPA na qual ele esteja envolvido, ele terá que ter "desconfiômetro" e sair do governo. A empresa será investigada pelo Ministério Público de Minas Gerais.
"Eu tenho que ter a compreensão de que, se amanhã houver ligação concreta entre o ministro dos Transportes e a CPA, tenho que ter desconfiômetro."
Adauto será exonerado no final do mês para assumir cargo de deputado federal. Sobre se voltará ao cargo, ele disse: "A única certeza que posso dar é que o caminho de ida tem que acontecer. O de volta depende do presidente".
Questionado sobre se após as reuniões com Luiz Inácio Lula da Silva, na terça, e José Dirceu (Casa Civil), ontem, ele estava seguro no cargo, afirmou: "O único cargo que dá segurança a um homem público é o mandato popular".
A CPA é uma empresa de consultoria que está citada em CPI da Câmara Municipal de Iturama (MG), em um esquema de desvio de verbas da prefeitura. O ministro é amigo de dois sócios da CPA, Sérgio José de Souza e Rômulo de Souza Figueiredo.
O ministro deixou claro, porém, que, para pedir demissão, seria preciso que ele estivesse ligado diretamente a alguma irregularidade na CPA. "Por você ser amigo, pode ser considerado culpado também?", disse, sobre a possibilidade de uma investigação que será aberta pelo Ministério Público de Minas sobre a CPA encontrar irregularidades nos contratos da empresa com prefeituras.
Lula confirmou Adauto no cargo na terça. "O presidente age numa linha de confiança total com as pessoas que ele indicou. Ele foi solidário", disse.
Adauto informou que pediu a Dirceu que algum órgão federal o investigue. Segundo o ministro, isso foi descartado porque, além de ele já ter sido inocentado pelo Tribunal de Justiça de Minas, não houve desvio de verbas federais.


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