São Paulo, sexta-feira, 23 de janeiro de 2004

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Aldo não era nome preferido de Dirceu

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A divisão da Casa Civil trouxe perdas e ganhos para o ministro José Dirceu. Ele terá mais poder e mais tempo para interferir nas ações de outros ministérios, mas perdeu mais atribuições na articulação política do que queria.
Dirceu ganha porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lhe pediu para interferir mais em pastas que estão com problemas, como Saúde e Transportes.
No entanto, perdeu mais poder político do que desejava. O candidato de Dirceu a ministro da Coordenação Política e Relações Federativas, nome mais provável da nova pasta, era o deputado federal Paulo Rocha (PT-PA). Motivo: seria uma forma de Dirceu ter mais influência sobre o novo ministro. Rocha é menos independente em relação a ele do que o ungido, o líder do governo na Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP).
A escolha de Rebelo foi decisão de Lula, para deixar claro que Dirceu não será a eminência parda do novo ministro. Incomoda Lula a imagem de superministro de Dirceu, o que leva o presidente a desautorizá-lo vez ou outra.
Na terça, Rebelo teve habilidade ao tratar de um eventual duplo comando na articulação política. "Eu vou ter poder de decisão?", perguntou a Lula, na frente de Dirceu. O presidente respondeu que sim e disse que fazia um "apelo" para Rebelo aceitar. Alegou que entenderia a recusa, mas que julgava o deputado ideal para o cargo. Lula avalia que Rebelo foi um bom líder do governo.
Duas das quatro subchefias da Casa Civil irão para o novo ministério. São elas: a de Assuntos Parlamentares, chefiada por Waldomiro Diniz, e a de Assuntos Federativos, a cargo de Vicente Trevas. A primeira trata do Congresso e lida com cargos e emendas parlamentares. A segunda, da relação com governadores. Coordenação da Ação Governamental e Assuntos Jurídicos ficam na Casa Civil.
O PC do B, de Rebelo, com dez deputados e sem senador, terá duas pastas, igual ao PMDB (78 deputados e 22 senadores). Com exceção do PP (49 deputados e sem ministério), cada um dos demais partidos da base aliada tem uma pasta. (KENNEDY ALENCAR)

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